Pessuti participa das conferências na COP 16 em Cancún, no México

Além de acompanhar os debates, o governador participou de reuniões no Espaço Brasil, onde esteve com o diplomata brasileiro Paulo Ming e delegados da comitiva paranaense
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04/12/2010 - 16:50
Editoria

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O governador Orlando Pessuti está participando em Cancún, no México, da 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 16. Além de acompanhar os debates, o governador participou de reuniões no Espaço Brasil, onde esteve com o diplomata brasileiro Paulo Ming e delegados da comitiva paranaense. O governador afirmou que o Paraná é uma das referências para debates sobre desenvolvimento com sustentabilidade.
No estande brasileiro, é apresentada a Usina Virtual, ferramenta multimídia interativa que mostra todas as etapas da produção de açúcar e etanol (setor em que o Paraná é destaque no Brasil), desde o plantio da cana até a entrega dos produtos finais. Também são distribuídos materiais informativos sobre energias limpas e renováveis, detalhando iniciativas de sustentabilidade do setor sucroenergético brasileiro.
Com metade da sua matriz energética vinda de fontes renováveis de energia - o triplo da média mundial -, o Brasil apresenta sua experiência nas discussões sobre energias limpas e renováveis durante a conferência.
WCS - Além de ser tema na reunião internacional sobre o clima, o caso brasileiro sobre o uso em grande escala do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar também está em debate no World Climate Summit (WCS), que ocorre em paralelo à COP 16.
A iniciativa é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade do Brasil.
O encontro WCS está conectando entidades, governos, empresas e investidores. O objetivo é disseminar soluções em energias renováveis já viabilizadas em certas regiões do mundo, expandindo seu uso para outros países com contextos semelhantes.
A participação da Unica nos eventos da COP 16 tem apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). “A conquista brasileira é um exemplo importante para o mundo, o que coloca o País no papel de protagonista nas discussões globais em busca de formas de enfrentar as mudanças climáticas,” observa o presidente da Unica, Marcos Jank.
Durante a COP 16, a Unica participa do Pavilhão Brasil juntamente com empresas e entidades nacionais que atuam no combate às mudanças climáticas.
Nesta segunda-feira (6), haverá um seminário sobre alternativas para reduzir a emissão dos gases causadores de efeito estufa gerados pelos transportes em países emergentes.
Ao longo dos 35 anos em que o biocombustível tem sido utilizado em larga escala no Brasil, evitou-se a emissão de mais de 600 milhões de toneladas de CO2. “As emissões brasileiras de gases causadores de efeito estufa medidas em 2006 teriam sido 10% maiores, não fosse a contribuição do setor sucroenergético”, lembra Jank.
Além de veículos leves e de ônibus utilizados para o transporte público, o etanol começa a ser testado também em aviões, turbinas estacionárias, motogeradores, máquinas e implementos agrícolas, frequentemente substituindo o óleo diesel.
Cresce também o uso do etanol em substituição ao petróleo na produção de resinas e plásticos “verdes,” que propiciam reduções significativas nas emissões de gases do efeito estufa.
Na safra 2009/10, o Brasil produziu 605 milhões de toneladas de cana, matéria-prima utilizada para a produção de 33 milhões de toneladas de açúcar e 26 bilhões de litros de etanol.
AVANÇOS - Uma das especialistas brasileiras mais ativas nas negociações internacionais de mudanças climáticas, Thelma Krug, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), acredita que houve avanços entre as convenções de Copenhague (2009) e Cancún (2010).
Porém, a cientista afirma que ainda há muito trabalho pela frente quanto à discussão sobre a definição de metas de redução de gases do efeito estufa para o segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto, a partir de 2012.
BRASIL - O Brasil deverá ter um papel ainda mais ativo nas discussões internacionais sobre aquecimento global. É o que afirma Suzana Kahn, presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudança Climática (PBMC), que funciona nos moldes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
Criado em 2009, por iniciativa de diversas instituições civis e públicas, como os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, o painel reúne cerca de 100 pesquisadores de diversas áreas.
Sua atuação é fundamental para aprofundar o conhecimento científico nacional sobre o tema, dando chances ao País de colaborar para o debate de alto nível nos foros globais.
Em 2012, o painel lançará seu primeiro relatório de avaliação, bem a tempo de gerar informações para a conferência Rio+20, que será realizada no mesmo ano, além de subsidiar os trabalhos da Quinta Avaliação do IPCC.

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