O vice-governador Orlando Pessuti se reuniu na noite de sexta-feira (23), em Ponta Grossa, com representantes das sociedades rurais de todo o estado para discutir a retomada da Feira do Paraná, evento agropecuário estadual que não é promovido há dez anos. O encontro aconteceu durante a Exposição Feira Agropecuária Industrial e Comercial (Efapi) na cidade, que reúne tecnologia, comércio e leilões de animais. A Feira do Paraná era realizada no parque Castelo Branco, em São José dos Pinhais. “Há três propostas sendo discutidas: a promoção do evento de forma itinerante, sendo realizado cada ano em uma cidade do interior; a escolha de um município para sediar a Feira, como Maringá, Londrina ou Ponta Grossa; ou ainda a construção de um Parque de Exposições na Região Metropolitana de Curitiba para receber o evento”, explicou Pessuti. De acordo com o vice-governador, a decisão do novo modelo da Feira do Paraná será tomada em conjunto entre estado, representantes das sociedades rurais e da Comissão Estadual de Exposições Agropecuárias. “Vamos promover mais reuniões em outras regiões do Paraná para aprofundar essa discussão e traçarmos linhas de ação para a retomada deste grande evento”, disse o vice-governador. Porém, Pessuti alerta que é preciso que os produtores estejam “motivados e dispostos”. “Tivemos uma mudança de perfil no que se refere a agricultura. A agropecuária tomou espaço da pecuária. Agora, a pecuária volta a se fortalecer e temos melhor qualidade e variedade de animais. É preciso que os produtores aproveitem este momento”, salientou. SANIDADE - Outra questão levantada durante a reunião refere-se a sanidade agropecuária. Representantes da secretaria da Agricultura e do Abastecimento apresentaram os principais projetos e avanços do Paraná no setor. Dados da secretaria apresentados na reunião mostram que o Paraná detém a melhor sanidade agrícola do País. Em setembro de 2008, após auditoria do ministério da Agricultura, o estado alcançou a nota B, passando de 7º para 1º lugar nacional. O Paraná também é reconhecido como área livre de febre aftosa por vacinação. “Trabalhamos agora para alcançarmos a classificação de área livre da doença sem vacinação. Para isso, estamos investindo cada vez mais no setor”, disse o diretor-geral da secretaria, Herlon Almeida. “Com um bom status sanitário, mostramos ao Brasil que o melhor material genético está no Paraná e isso cria oportunidades de negócios para os produtores e, consequentemente, incentiva a economia agrícola do Estado”, acrescentou Herlon. O diretor-geral destacou algumas das ações como a instalação e o fortalecimento das barreiras sanitárias em áreas interestaduais, os postos de fiscalização, a contratação de 268 profissionais (entre médicos veterinários, engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas) e a parceria com o ministério da Agricultura para a reestruturação das unidades veterinárias. “Este foi o maior projeto do ministério já feito no setor em todo o País”, disse. Assinado em 2008, o convênio prevê investimentos de R$ 11,2 milhões (R$ 9,3 milhões do Governo Federal) para a compra de veículos, computadores e impressoras para as 132 unidades em todo o Estado. “Por tudo o que já fizemos e alcançamos no que se refere a sanidade animal e vegetal acredito que o Estado tem plenas condições de voltar a realizar a Feira. Cumprimos a nossa proposta, temos projetos e, por isso, temos credibilidade”, afirmou Pessuti. EFAPI – Antes da reunião, Pessuti visitou a Exposição Feira Agropecuária Industrial e Comercial de Ponta Grossa, que acontece no Parque de Exposições da cidade até o domingo (25). Ele destacou que o evento é também uma forma de movimentar o negócio das micro e pequenas empresas. “Os empresários podem participar com a exposição e venda de seus produtos, como artesanato, alimentos e roupas, criando uma dinâmica maior para seus recursos”, frisou. A Efapi reúne 100 empresas e 120 mil animais, entre bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos. Para o presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, Adilson Berger, o evento é uma importante vitrine para os produtores. “Podemos projetar ainda mais o agronegócio porque o evento atrai bons investimentos em animais, produtos agrícolas e tecnologia”, disse. A expectativa é movimentar R$ 15 milhões em negócios, afirmou Berger.