Pessuti, Dias e Samek defendem Petrobras e investimentos para pesquisas do Pré-Sal

Participantes do debate falam em fortalecimento da empresa e controle total das reservas
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29/06/2009 - 12:10
Editoria
Os convidados do programa Brasil Nação debateram também a CPI da Petrobras, o Pré-Sal e a produção de petróleo no Brasil. Com relação à CPI’s, o vice-governador Orlando Pessuti afirmou que sempre defendeu a existência das comissões para esclarecer as dúvidas. “Pessoalmente sou a favor da existência da CPI para investigar os casos específicos em relação a Petrobras. É importante ter claro o que será investigado e não fazer disso um ‘cavalo de batalha’ de interesses pessoais, esquecendo da importância que a empresa tem para todos nós”, afirmou. Pessuti lembrou que muitas guerras aconteceram por conta do petróleo, principalmente por parte daqueles que não têm produção suficiente para atender sua demanda. “O petróleo tem importância fundamental para a economia mundial. O surgimento do petróleo na camada pré-sal dá aos brasileiros uma grande perspectiva de crescimento porque teremos uma posição importante no cenário internacional. Entendo que poderíamos segurar esta reserva para nós, não compartilhar isso com o mundo, como querem algumas pessoas. Para isso é necessário retomar a Petrobras para os brasileiros, porque sabemos que a maioria do capital da empresa, não está nas mãos de brasileiros e sim na Bolsa de Nova York. Eu até penso na criação de uma outra empresa, com capital 100% nacional, para cuidar do pré-sal, mas entendo que a Petrobras poderia ser retomada”. Segundo ele, há reservas cambiais suficientes para isso, seguindo inclusive o exemplo feito no Paraná, com o resgate da Sanepar e parte da Copel. “Sabemos que o governo que antecedeu ao nosso, além de destruir parte da economia do Paraná, entregando como entregou o Banestado, também fez o mesmo em relação à Sanepar e a Copel. Ao recomprar as ações da Petrobras, fortalecemos esta empresa e, ao mesmo tempo, damos ao Brasil o controle total destas reservas”, afirmou. Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, 95% da população brasileira mantêm o pensamento que vem da época de Getulio Vargas de que o petróleo é nosso. “Não tínhamos nem descoberto as jazidas, mas a idéia movimentou o pensamento brasileiro. É pensamento também do governo Lula seguir nesta mesma direção, de que o petróleo é nosso. Ter acionistas de fora não significa que não se tem comando sobre o processo”, disse. Sete grandes campos estão em exploração, sendo seis com a presença da Petrobras. Samek disse que tem profundo orgulho da Petrobras. “O ministro Paulo Bernardo criou recentemente o conselho de administração de Itaipu. Aproveitamos a presença dele para saber como anda o Brasil, os indicadores e as obras do PAC. Para se ter uma idéia estão previstos investimentos da Petrobras de R$ 174 bilhões, sendo R$ 63 bilhões entre 2009 e 2010. Temos 800 quilômetros de campos que foram pesquisados pela Petrobras. E o que fazer com estas reservas será o grande debate a ser travado pela Nação. Pouca gente sabe, mas em Araucária estão sendo investidos US$ 5 bilhões para transformar a refinaria moderna, que não emite CO2, que reduz a emissão de poluentes, com o uso das mais modernas técnicas. Ele lembrou que o Brasil tem o melhor centro de pesquisa do mundo, e que a Petrobras não aumentou um centavo da gasolina quando o barril do petróleo chegou a US$ 160. “Desde que o presidente Lula assumiu, o preço da gasolina se mantém estável. E agora querem (Senado) mexer? Se for para achar coisas erradas, tem que corrigir. Punam-se os culpados. Mas eu sei como acontecem estes procedimentos. Já vi aqui em nosso estado, já acompanhei isso. Já vi o que fizeram com o próprio governador Álvaro Dias e José Richa. Na verdade, miravam na codorna, para acertar no cachorro. Espero que não seja esta a questão dada a CPI ou seja, para impedir investimentos vultuosos que colocarão o Brasil na vanguarda do desenvolvimento da tecnologia, da geração de emprego e com o slogan mantido: “o petróleo é nosso”. Para o senador Álvaro Dias, o Brasil tem realmente um tesouro no fundo do mar e deve cuidar dele. “Em relação a isso, todos nós pensamos igual. Todos queremos a Petrobras monumental, que seja o orgulho nacional e internacional. Não tenho nenhuma dúvida disso. Há 30 anos a Petrobras pesquisa o pré-sal. Aliás, até numa demonstração de independência, quando o presidente Geisel, no regime autoritário, colocava-se contra a pesquisa, porque não acreditava na possibilidade de descobrir petróleo no pré-sal. A empresa demonstrou sua autonomia em relação ao próprio presidente da República e manteve as pesquisas. E agora se revela a existência deste patrimônio. Durante o debate, Dias afirmou que não há empresa no mundo que domine a tecnologia de exploração de petróleo na profundidade do mar como a Petrobras. “Sou contra a criação de uma nova empresa. A Petrobras tem 700 mil acionistas no Brasil e no exterior, mas como disse o Samek o comando é do povo brasileiro. E, se há algum risco de perder o controle sobre ela, há que se recuperar as ações, como propôs o vice-governador Pessuti. Sou favorável, se houver necessidade, que o governo adquira ações para ampliar seu poder sobre a empresa”. Segundo ele, uma outra empresa não teria a mesma qualificação profissional, técnica, que a Petrobras. “A Petrobras tem história, conceito e domínio sobre esta tecnologia. Quanto a um eventual risco que a CPI traria em relação a investimentos, eu tenho a maior tranqüilidade. Se entendesse este risco, jamais seria autor do requerimento. Temos que oferecer segurança para os investimentos. Combater corrupção e impunidade não desestimula investimento, ao contrário. Quando o mercado percebe que a autoridade constituída está preocupada em combater a corrupção há valorização ao invés de ocorrer desvalorização”. O senador disse que a proposta dele é a favor da Petrobras e do próprio presidente Lula. “Sou favorável a criação de uma agência para administrar os recursos do pré-sal. Porém, temos que ter desde já uma regulamentação que preceda a obtenção desses valores, estabelecendo prioridades. Não tenho dúvidas de que a prioridade número 1 é a educação”, afirmou Álvaro Dias.