Pesquisadores paranaenses vão desenvolver iogurte para quem não pode digerir a lactose

No Brasil hoje cerca de 25% da população convivem com a intolerância à lactose
Publicação
01/11/2007 - 11:00
Uma parceria entre a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade do Oeste do Estado do Paraná (Unioeste) têm o objetivo de criar um iogurte para pessoas que não conseguem digerir a lactose, substância presente no leite e seus derivados. Financiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a iniciativa tem a participação de seis pesquisadores - quatro da Unioeste, um da UTFPR de Medianeira e um da Universidade Estadual Paulista (Unesp), colaboradora do projeto. No Brasil cerca de 25% da população convivem com a intolerância à lactose, que consiste na ausência ou deficiência na produção de lactase, que é a enzima responsável por degradar a lactose do leite e derivados. O sucesso desta iniciativa possibilitará a obtenção de um produto adequado às pessoas com transtornos gastrintestinais causados pela intolerância à lactose, que normalmente não podem consumir esses produtos nem se beneficiar das suas vantagens nutricionais. Os resultados do projeto vão contribuir também para ampliar a geração de renda e de empregos nas indústrias lácteas regionais que utilizarem a nova tecnologia. Luciana Oliveira de Fariña, técnica em laticínios e farmacêutica-bioquímica que coordena as pesquisas, acredita que a importância de um projeto como este é melhorar o perfil nutricional principalmente de crianças, oferecendo um produto de melhor qualidade. “O público intolerante, fora os produtos de soja que não contém naturalmente a lactose, não tem quase nenhuma opção para o consumo de produtos lácteos. Oferecer alimentos nutritivos e saborosos, mas que também contribuam para manter a saúde dos indivíduos é de fundamental importância para a sociedade”, afirma. Segundo ela, a ingestão de produtos como este traz benefícios para a saúde, como o equilíbrio da flora intestinal, a redução do risco de aparecimento de câncer de cólon e apoio no controle do colesterol ruim, entre outros. O projeto tem financiamento de R$ 113,405 mil da Secretaria de Ciência e Tecnologia, está em fase inicial e é único no Brasil. Depois de concluídas as pesquisas, os resultados serão apresentados às indústrias e posteriormente disponibilizados ao público.

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