Pesquisadores discutem soluções para erosão no Paraná

Nesta semana, será concluída a primeira parte do projeto, que estabelece metodologia a ser usada
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27/09/2010 - 12:10
Editoria

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O Iapar realizou na sexta-feira (24) reunião com pesquisadores e professores convidados, para retomada das pesquisas de campo sobre erosão e terraceamento em sistemas de plantio direto (SPD). Definiu-se um grupo de trabalho multidisciplinar e interinstitucional, que será responsável por um projeto de longo prazo – para os próximos 20 anos -, com o objetivo de apresentar soluções para o problema, de acordo com as particularidades de cada região paranaense.
O pesquisador do Iapar em Paranavaí, Jonez Fidalski, espera que até quinta-feira (30), seja concluída a primeira fase do projeto, que consiste na verificação e adequação das metodologias existentes, e a formulação de um projeto piloto, que será executado em Londrina.
“Vamos iniciar em Londrina, para adequar as metodologias desenvolvidas no Iapar, na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e na UEM (Universidade Estadual de Maringá). O objetivo é retomar os estudos desenvolvidos no Iapar, nas décadas de 70 e de 80. Temos que estruturar esse projeto e, depois de ajustá-lo, podermos ampliá-lo para as demais regiões do estado, em diferentes características de clima e de solo”, afirma Fidalski.
O pesquisador ressalta que o projeto atende a uma demanda de todo o Estado, por pesquisas de campo que abordem os temas da erosão, da perda de solos e de água, e do terraceamento em SPD, e está aberto, também, a contribuições de outras instituições em seu desenvolvimento.
“Serão colhidos dados reais sobre a perda de solos e de água. Esse projeto vai servir para sabermos se os espaçamentos e recomendações entre terraços estariam adequados”, esclarece Fidalski. “O projeto está sendo desenvolvido a partir do Boletim Técnico, resultante da demanda de vários segmentos da agricultura do Paraná, de retomar as pesquisas para reduzir a erosão em SPD”.
Ele explica que, com o avanço do SPD, expandiu-se, também, a ideia de que apenas este sistema seria suficiente para evitar a erosão dos solos e que o terraceamento já não era mais necessário. Este conceito, entretanto, mostrou-se equivocado ao longo dos anos. “Isso fez com que a erosão se tornasse mais evidente no estado, devido às chuvas que ocorreram nos últimos anos. Então há a demanda por essa retomada das pesquisas. O objetivo é desenvolver e manter o SPD com qualidade, considerando-se o terraceamento como prática complementar à rotação de culturas para manutenção da cobertura do solo com palha, as quais aumentam a infiltração da água e reduzem a perda de solo”, completa Fidalski.
PROJETO – O pesquisador do Grupo de Plantio Direto do Iapar, Rafael Fuentes, conta que um dos objetivos para a elaboração do projeto-piloto em Londrina é a apresentação da proposta de pesquisa ao CNPq, por meio do edital 22/2010 do Repensa (Redes Nacionais de Pesquisa em Agrobiodiversidade e Sustentabilidade Agropecuária), e também ao Sepac-Iapar, para que ela seja desenvolvida com recursos próprios ou com captação de fontes financiadoras.
Responsável por apresentar alternativas de rotação de culturas em plantio direto, Fuentes afirma que foi definida a elaboração de uma proposta mínima, com o objetivo de estudar quatro sequências culturais de inverno e verão, comumente utilizadas em áreas agrícolas do Paraná, com três repetições. “Nelas, serão avaliados indicadores de qualidade física e química do solo, e as perdas de água, solo e nutrientes por erosão hídrica, além de investigar a existência de limites críticos de comprimento de declive, para subsidiar o cálculo do espaçamento entre terraços agrícolas em áreas manejadas sob semeadura direta”, descreve.
REUNIÃO – Além de Jonez Fidalski e Rafael Fuentes, participaram da reunião do dia 17, os pesquisadores do Iapar Adriano Rausch Souto, Augusto Guilherme de Araújo, César Francisco Araújo Júnior, Graziela Moraes de Cesare Barbosa, João Henrique Caviglione, Rui Biscaia; os professores Avacir Casanova Andrello e João Tavares Filho, UEL; e o professor André Julio do Amaral, da UEM.