A parceria entre o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para o desenvolvimento e pesquisa de sensores já apresenta os primeiros resultados positivos. O acordo de cooperação foi assinado recentemente entres as instituições, que já estavam juntas para desenvolver projetos na área.
“É preciso dominar os processos envolvidos na produção de sensores, como componentes para utilização em equipamentos ou plantas industriais por exemplo”, afirma o pesquisador do Tecpar, Milton Pires Ramos, doutor em Inteligência Artificial Distribuída, pela Universidade de Tecnologia da Compiège na França.
A cooperação começou com a montagem de uma pós-graduação para formar especialistas e de acordo com o professor da UFPR e coordenador do curso, Wanderley Veiga, o resultado da primeira turma foi o esperado, pois as idéias desenvolvidas já geraram patentes. “Percebemos que precisávamos sair do direcionamento que era muito acadêmico para ampliar o mercado de trabalho dos graduados em física e investir em inovação. Sabíamos que existia potencial, apenas era preciso um direcionamento com aplicação prática dos conceitos”, disse Veiga, que é doutor em Física.
Os especialistas falam até que estamos diante de “uma grande fronteira do desenvolvimento tecnológico”, e dá para acreditar. “Quem dominar a tecnologia de desenvolvimento e fabricação de sensores conquista uma fatia muito grande e importante da tecnologia industrial”, acrescenta Ramos, gerente da Divisão de Inteligência Artificial e responsável pela coordenação do projeto.
Segundo Wanderley Veiga, em menos de um ano foram gerados cinco pedidos de patentes, que não podem ser divulgados ainda porque aguardam o processo de concessão. Duas patentes foram direcionadas para as necessidades do Tecpar. “É a saída para o desenvolvimento, unimos a necessidade do mercado com o conhecimento”, destacou.
Presentes no dia-a-dia - Os sensores estão presentes no nosso dia-a-dia mais do que imaginamos e são utilizados na indústria, medicina, robótica e outras áreas. Mas, apesar da sua importância ou proximidade, a maioria das pessoas não relaciona esses dispositivos – que detectam ou sentem um sinal ou condição física ou química – com as grandes descobertas e com os objetos ao nosso redor.
Os sensores são encontrados nos termômetros comuns, nas fotocopiadoras controlando a liberação de papel e em lâmpadas para diminuir o consumo de energia na iluminação residencial ou industrial. Um carro pode chegar ao impressionante número de até 80 sensores, do acelerômetro que dispara o air-bag ao sensor de oxigênio usado para ajustar a mistura de combustíveis. Na maioria, esses equipamentos são elétricos ou eletrônicos e, qualquer que seja sua utilidade ou a medição que se faça, as alterações nas suas características são mostradas por meio de um circuito eletrônico que “entende” o que foi modificado.
Com os avanços obtidos até agora é possível prever que o futuro é promissor. Entre as mais recentes descobertas da área estão duas de universidades inglesas: um biossensor que detecta a falta de oxigênio em bebês ainda no útero, uma ferramenta excepcional de diagnóstico para os médicos e uma tranqüilidade para as futuras mães, e um novo tipo de sensor baseado em hologramas que faz suas leituras por meio da mudança da cor da luz, abrindo novas possibilidades de utilização. O equipamento permitirá que pacientes com diabetes não precisem mais levar as indesejáveis picadas para saber como está o nível de glicose no sangue. Só precisarão se aproximar de um leitor óptico.
Pesquisa sobre sensores do Tecpar e Universidade Federal já dá resultado
A cooperação começou com a montagem de uma pós-graduação para formar especialistas, que agora trabalham no desenvolvimento de vários projetos
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18/05/2006 - 15:30
18/05/2006 - 15:30
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