Pesquisa aponta que população vê redução da desigualdade no Paraná

Levantamento consta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD
Publicação
24/12/2009 - 12:34
Editoria
A redução da pobreza e da desigualdade foi uma das conquistas mais importantes desde o início do governo Roberto Requião, em 2003. É o que demonstram dados de institutos de pesquisa. Mas é na percepção da população que os avanços se tornam mais evidentes. Uma pesquisa feita pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), fez a seguinte pergunta aos brasileiros: o que precisaria mudar no Brasil para a sua vida melhorar? Elegendo uma lista de prioridades entre 14 itens, a pesquisa demonstrou que, para os paranaenses, a geração de empregos ficou em nono lugar de prioridade, seguida do item redução de desigualdade e em último lugar, a redução da pobreza. Para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o percentual de importância, atribuído para os mesmos itens, foi maior. Diminuir a violência é a sexta prioridade para os paranaenses, já para a média brasileira esta é a terceira preocupação mais importante. A educação ficou em primeiro lugar tanto para o Paraná quanto para o Brasil. A pesquisa do PNUD é intitulada Brasil Ponto a Ponto. Ela foi realizada por meio de audiências públicas e contribuições na internet. Foram mais de 500 mil participações. As respostas devem nortear o Relatório de Desenvolvimento Humano, que será publicado no início de 2010. A análise do presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Manuel dos Santos, é de que a geração de mais de 660 mil empregos formais no Paraná, aliada à valorização do salário mínimo, fez com que o emprego deixasse de ser uma preocupação mais imediata da população, que passou a eleger a educação como prioridade, buscando mais qualificação dentro do seu ambiente de trabalho. “A única forma de se tirar a população da pobreza é por meio da geração de emprego, pois as políticas de transferência de renda são minimizadoras, mas não tiram as pessoas deste patamar”, enfatizou Santos. No ano de 2002, no Paraná, 18% das famílias tinham rendimentos individuais de menos de meio salário mínimo por mês. Nos valores de hoje, isto significaria menos de R$ 232,00. Já em 2008, seis anos depois, este percentual caiu para 9%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar PNAD), realizada pelo IBGE. Dos 9,6 milhões de paranaenses em 2002, mais de 460 mil recebiam menos de um quarto de salário mínimo mensal, o que pode ser caracterizado como situação de miséria. Em 2008, a população do Paraná era de 10,2 milhões. Neste mesmo ano, 182 mil encontravam-se neste patamar, com menos de R$ 116,00 por mês. A redução foi de 40% de pessoas vivendo nesta condição. A geração de empregos no interior do Paraná, com crescimento significativo a partir de 2003, foi um dos motivos que levou os paranaenses a elegerem outras prioridades na pesquisa no PNUD. A Região Metropolitana de Maringá obteve um crescimento de 43% no estoque de empregos e na RM de Londrina o aumento foi de 32%, considerando os últimos sete anos. Os dados foram extraídos do Ministério do Trabalho e Emprego. Embora ainda haja uma grande concentração na Região Metropolitana de Curitiba, responsável por 41% dos empregos formais, juntas, as três grandes regiões (Curitiba, Londrina e Maringá) respondem por 55% do total de 2,5 milhões de empregos do Paraná. Das vagas com carteira assinada, de janeiro de 2003 a outubro de 2009, a indústria detém 30% do saldo de empregos. O setor de serviços abriga 32% das ocupações formais, seguido de comércio, com 28%. Estes setores respondem por 91% do Produto Interno Bruto do Paraná. Para o presidente do Ipardes, a alta taxa de empregos na indústria é um dado importante, pois é o segmento que emprega pessoas mais qualificadas e, consequentemente, com maiores salários. “Sabemos da importância da agropecuária e seus efeitos multiplicadores na economia, mas precisamos ver o Paraná não mais como um estado essencialmente agrícola, mas como um estado industrial, no qual as políticas de desenvolvimento devem atender a esta demanda e estimular o seu progresso”, observou Santos. Mais da metade dos trabalhadores do estado recebem entre um e cinco salários mínimos, ou seja, de R$ 465,00 a R$ 2.325,00. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008, 61% dos ocupados encontravam-se nesta faixa de rendimento. A pesquisa considera como ocupados: os trabalhadores com e sem carteira, conta própria e empregadores.

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