Pequeno produtor perde contratos por contaminação

O avanço da soja transgênica tem provocado enormes prejuízos aos pequenos produtores paranaenses
Publicação
11/05/2009 - 19:04
Editoria
O avanço da soja transgênica tem provocado enormes prejuízos aos pequenos produtores paranaenses. É o caso de Ademir Vicente Ferronato, de Medianeira, que em audiências públicas na Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados e na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), contou como perdeu por duas vezes contratos especiais para a venda de soja convencional devido à contaminação do lote por sementes transgênicas. Segundo ele, a última vez que a contaminação ocorre foi na safra de verão. Agora, a nova preocupação de Ferronato é o que pode ocorrer com o milho “safrinha” – o Paraná deve colher 17,4 milhões de toneladas. Sua pequena lavoura de sete hectares fica ao lado de um plantio de milho transgênico e a contaminação é iminente. Mas a situação desse produtor não é a única. Inúmeros contratos especiais estão sendo cancelados. A Gebana Brasil, trading suíça que compra e negocia contratos na Europa, tem recusado a produção de muitos produtores da região Oeste do Paraná devido à contaminação por grãos geneticamente modificados. A contaminação ocorre por várias razões, desde o uso de uma máquina que não tenha sido completamente limpa até a poeira produzida na colheita de um vizinho com lavoura transgênica. Entretanto, a mais comum ocorre através da pólenização das plantas. Para os pequenos produtores do Paraná, esse tipo de contrato é muito importante. Sem escala de produção, os contratos para fornecimento de soja e milho orgânicos garantem remuneração maior por tonelada. O preço pago por tonelada de grãos orgânicos chega a ser de 15% a 20% maior que o negociado em ofertas de milho e soja transgênicos.