As micro e pequenas empresas do Paraná, com até quatro funcionários, contrataram 30.248 trabalhadores, com carteira assinada, no primeiro quadrimestre do ano. Elas garantiram no período o resultado positivo do Estado na geração de empregos formais, mesmo com o fechamento de postos de trabalho nas médias e grandes empresas. Entre janeiro e abril, o saldo de empregos - calculado pelo número de novas admissões menos o total de demissões - foi de 22.865 no Paraná. No mesmo período, o Brasil registrou saldo de 48.454 novos empregos. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho GRANDES: As empresas com 500 a 999 funcionários demitiram 1.546 pessoas, nos quatro primeiros meses de 2009. Nas de médio porte, com quadro composto por 20 a 49 empregados, foram eliminadas 2.868 vagas. Aquelas com 50 a 99 pessoas empregadas fecharam 4.098 postos de trabalho. Os estabelecimentos com mais de mil funcionários apresentaram alta gradual na geração de empregos com carteira assinada e fecharam o quadrimestre, com 2.745 novas vagas abertas. Em janeiro, essas empresas rescindiram 2.185 contratos de trabalho. Em fevereiro, foram mais 776 demissões. Os sinais positivos aconteceram a partir de março, quando foram contratadas 2.966 pessoas. No último mês, houve nova alta e mais 2.740 trabalhadores foram admitidos. O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, avalia que essas empresas já dão sinais de recuperação. “Os números crescem mês a mês. Eu acredito, sem otimismo exagerado, que os números de maio vão indicar a retomada das contratações”, calcula. Segundo ele, os estabelecimentos de pequeno porte foram menos afetados pela crise porque são menos dependentes do mercado internacional. “Como produzem para o mercado interno, os pequenos empresários mantiveram o ritmo e continuaram empregando”, ressaltou o secretário. ICMS - Para o coordenador de Estudos, Pesquisas e Relações do Trabalho da Secretaria, Núncio Mannala, um dos motivos para o bom desempenho das pequenas empresas no Estado é a política fiscal adotada pelo governador Roberto Requião. “A isenção do ICMS é um estímulo. O empresário troca impostos por contratações e, quando caem as despesas sobre o faturamento, sobem as admissões com carteira assinada”, analisou. Atualmente, cerca de 172 mil empreendimentos de micro e pequeno porte são beneficiados pelo projeto do Governo do Paraná que, desde 2003, isenta o pagamento do ICMS para as microempresas e oferece desconto para as pequenas. Com uma política tributária que tem mais de 80 benefícios fiscais a diferentes setores produtivos, são abertas uma média de 200 empresas por dia no Estado. Mesmo com a turbulência na economia mundial, repete-se em 2009 a tendência apresentada durante o ano passado, quando o Anuário do Trabalho Sebrae/Dieese 2008 colocou o Paraná entre os quatro Estados do Brasil com o maior número de trabalhadores empregados formalmente em micro e pequenas empresas (981.184).