Pela primeira vez, batalhão da PM terá comando feminino

A tenente-coronel Rita Aparecida de Oliveira, 47 anos, assume, nesta segunda-feira (27), o comando do 12.º Batalhão da Polícia Militar
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24/08/2006 - 16:54
A tenente-coronel Rita Aparecida de Oliveira, 47 anos, assume, nesta segunda-feira (27), o comando do 12.º Batalhão da Polícia Militar. Ela é a primeira mulher a chegar ao posto de tenente-coronel entre as polícias militares do sul do Brasil e a comandar um batalhão. “É um grande desafio. E eu gosto de desafios. Minha prioridade é resgatar a dignidade dos policiais. Também quero que a comunidade continue sendo nossa parceira”, afirmou. O 12.º BPM é responsável pelo policiamento em 35 bairros de Curitiba, incluindo a região central da cidade. Para o coronel Avelino José Novakoski, comandante do Policiamento da Capital da PM, trata-se de um fato inovador. “A tenente-coronel Aparecida reúne condições profissionais para comandar um batalhão e terá todo o nosso apoio e dos demais oficiais e praças da corporação”, afirmou. Novakoski acredita que a primeira mulher comandante de uma unidade operacional não encontrará obstáculos para desempenhar a atividade plenamente. “Ela fez vários cursos de aperfeiçoamento. Isso a capacita para fazer o melhor para a população”, declarou. Ele também destacou que a coronel Aparecida, como é chamada, deverá colher em breve os resultados positivos de sua dedicação. Currículo – A tenente-coronel Aparecida concluiu, no mês passado, o Curso Superior de Polícia, uma espécie de doutorado em segurança pública, cursado na Academia Policial Militar do Guatupê (APMG). Ela foi admitida na Polícia Militar do Paraná em 20 de outubro de 1977, como soldado de 1.ª classe. Ela fez parte da primeira turma de mulheres a ingressar na corporação. Foi promovida a segundo-sargento em 1978, e, em 1981, foi declarada aspirante à oficial. Dois anos depois, foi promovida a segundo-tenente, por merecimento. Em julho de 1989 ganhou a patente de 1º tenente e dois anos depois, recebeu nova promoção, ao posto de capitão, por merecimento. Em 2001, foi promovida, outra vez por merecimento, ao posto de major. Mais uma vez por merecimento, em 2005, ganhou a estrela de tenente-coronel. As promoções na Polícia Militar ou são por merecimento, ou por antiguidade. Formação – Desde que foi admitida na Polícia Militar, a tenente-coronel Aparecida não descuida do aperfeiçoamento profissional. Ela já possui o Curso de Polícia Judiciário Militar, conclui o Curso de Técnicas de Ensino, ambos na Academia Policial Militar do Guatupê, além do Curso de Formação de Instrutores do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Ela também possui o diploma do Curso Novas Modalidades de Crime, pelo Ministério da Justiça, Máster Proerd, pelo Centro de Treinamento da Polícia Militar de Santa Catarina além do 1.º Curso de Capacitação sobre Redução da Oferta e da Demanda de Drogas, em Brasília. Fora da corporação, ela se formou bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito de Curitiba, e fez especialização na área de Sociologia, com ênfase em Educação, com concentração em política, estratégia e planejamento, pela Faculdades Integradas Espírita. Concluiu ainda a especialização da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra. Possui as medalhas “Policial Militar” de bronze, prata e ouro, respectivamente por 10, 20 e 30 anos de serviços prestados à corporação. Ela também é detentora da medalha Coronel Dulcídio – Ouro, por ter sido a primeira colocada no Curso de Formação de Oficiais, além da medalha comemorativa aos 151 anos da Polícia Militar do Paraná. Atividades desenvolvidas – Entre as atividades desenvolvidas pela tenente-coronel Rita Aparecida de Oliveira destacam-se a assessoria militar da Secretaria da Segurança Pública, o comando da antiga Companhia de Polícia Militar Feminina, a participação na Comissão de Mediação da Terra nas questões agrárias e a função de vice-presidente e conselheira do Conselho Estadual Antidrogas da Secretaria da Justiça e Cidadania do Paraná. Mas em toda a sua carreira policial militar, há uma atividade da qual ela não pretende se desligar. Trata-se do Proerd, que coordenou. “Aceitei o comando do 12.º Batalhão, mas não pretendo deixar de atuar junto ao Proerd”, avisou.