Pedágio penaliza agropecuária e frete no Paraná, diz a Ocepar

O custo do pedágio entre Foz do Iguaçu e o Porto de Paranaguá torna o milho 8,28% mais caro; Para o calcário, o pedágio representa 40,60% do valor quando transportado de Almirante Tamandaré a Cascavel
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03/06/2008 - 18:20
Editoria
Os setores da agropecuária e de fretes são os mais penalizados pelo pedágio, disse nesta terça-feira (3) o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembléia Legislativa. Romanelli apresentou novamente dados do estudo da Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná). Ele aponta que o valor específico dos produtos agropecuários é baixo comparativamente ao setor industrial. “Em conseqüência, o custo do pedágio representa um alto percentual do valor do produto”, diz o estudo. “O pedágio está estrangulando a economia do estado. Os usuários estão buscando caminhos alternativos. O pedágio no Paraná não é solução, é problema”, completa Romanelli. Segundo o estudo - O Impacto do Pedágio no Transporte de Grãos e Insumos no Estado do Paraná - o custo do frete chega a 40% para os caminhoneiros que retornam ao interior sem carga, de acordo com levantamentos realizados com operadores de transporte das regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste do Estado. “As estradas melhoraram, mas não reduziram o custo do frete e quem acaba arcando com os custos é em última análise o produtor”, afirmou Nelson Costa, superintendente da Ocepar. O custo do pedágio entre Foz do Iguaçu e o Porto de Paranaguá torna o milho 8,28% mais caro. Para o calcário, o pedágio representa 40,60% do valor quando transportado de Almirante Tamandaré a Cascavel. “A economia sofre demais com o pedágio, pois seus custos incidem em toda a cadeia produtiva”, disse o primeiro vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná, Valmor Weiss. Segundo Nelson Costa, da Ocepar, “a taxa interna de retorno (TIR) para as concessionárias das praças de pedágio foi elevada para 22%, quando antes era de 16%. Uma lucratividade desse tipo é extremamente alta. É um contrato leonino contra o estado e estamos perdendo a competitividade frente aos concorrentes em termos de mercado mundial”. A Ocepar realizou diversas reuniões com as concessionárias para reduzir os custos do pedágio, mas não obteve nenhum resultado. O coordenador do Fórum Popular contra o Pedágio, Acir Mezzadri, disse que o pedágio não veio por acaso. “Ele foi dado de mão beijada para a iniciativa privada, para amigos e financiadores de campanha. Depois que uma malha enorme de estradas estava construída, paga com recursos da população, as empreiteiras, que se transformaram nas atuais concessionárias, bolaram o melhor negócio do mundo, defendendo a privatização das estradas e sendo beneficiadas com a sua exploração”, lembrou.

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