Patrulha Escolar zera ocorrências em escola do Pilarzinho

Escola sofria com vandalismos e furtos de merenda escolar
Publicação
03/05/2006 - 06:00
A escola estadual Emiliano Perneta, no Pilarzinho, já não é mais a mesma de três anos atrás. Com um histórico de violência, saques e arrombamentos, hoje o colégio não sofre qualquer tipo de violência e os alunos são mais disciplinados. O motivo, a diretora da escola, Sandra Phillipps explica. “A Patrulha Escolar trouxe a tranqüilidade que precisávamos. Depois que passaram a nos apoiar, há pouco menos de três anos, não tivemos mais problemas com gangues. Eles não vieram para reprimir, mas para ensinar e educar”, relatou Sandra. O policial que atende a escola, Alysson Júlio Gonçalves, disse que no começo do trabalho da Patrulha, havia furto de merenda escolar, vandalismo e pessoas que invadiam a escola à noite para usar drogas. “O problema com saques era o maIs complicado. As crianças chegavam a não ter o que comer por causa disso”, conta. A própria diretora foi vítima da violência na escola. “Fui apedrejada por pessoas da comunidade no dia da minha posse, há três anos. Os quatro pneus do meu carro foram cortados e tive que sair escoltada por policiais daqui”, conta. Ela lembra que quando assumiu, a escola não lecionava mais aulas à noite, por causa da violência. “Com o trabalho da Patrulha Escolar, conseguimos reverter a situação e hoje temos alunos nos três turnos estudando”, conta. Ela lembra que quando assumiu a direção, resolveu montar um movimento chamado “Cultura da Paz”. “Todo o ano, no mês de outubro, fazemos uma passeata, com direito a carro de som, e reunimos os professores, os policiais da Patrulha Escolar, alunos, pais e pessoas da comunidade, para pedir pela paz na nossa região”, conta. A diretora diz que os policiais ajudaram na regeneração de alguns alunos. “Tivemos alunos rebeldes, que talvez não tivessem futuro, mas a Patrulha Escolar conseguiu reverter a situação. Tenho hoje um menino aqui que é um exemplo. Há algum tempo atrás, era agressivo com outras crianças, desacatava professores, faltava às aulas. Mas ele participou de palestras com a Patrulha e teve algumas conversas com os policiais, sempre acompanhados de alguém da escola. Hoje não é mais a mesma criança. Tem um excelente comportamento”, disse. As mães dos alunos também aprovam a presença da Patrulha Escolar. Terezinha do Rocio Maciel, 42, é dona de casa e tem dois filhos que estudam no colégio Emiliano Perneta. “A escola melhorou muito depois que tivemos a presença dos policiais. Aumentou a disciplina e a ordem no colégio. Sinto mais segurança em deixar meus filhos aqui”, conta. Sueli do Rocio Santos, 36, também tem duas meninas que estudam na escola. “Antes da Patrulha, existima moleques que vinham de fora e faziam vandalismo e agrediam as crianças, mas nunca mais ouvimos casos assim”, lembrou. Bom exemplo – A mesma equipe da Patrulha Escolar que atende o colégio Emiliano Perneta, atende também a escola estadual Dona Carlota, no bairro Mercês. O colégio dá aulas para crianças no ensino fundamental e para alunos do programa de Educação Para Jovens e Adultos (Eja). O policial Allysson conta que nesta escola, no ano passado, a polícia encontrou um revólver com uma garota no turno da noite. “Depois de algumas palestras, os alunos passaram a confiar em nós e denunciaram que uma menina estava armada. Ela repassaria o revólver para seus colegas, que tinham a intenção de ameaçar dois alunos no final da aula”, contou. Segundo a pedagoga da escola, Lucelene Fidelix, a presença dos policiais é importante para o bom funcionamento da instituição. “Nunca tive problemas com a Patrulha Escolar. Eles ajudam toda a vez que pedimos e sempre foram dedicados para agir na mediação de problemas. Aluno à noite é barra pesada, mas os policiais trabalham não no sentido de assustar, e sim dar apoio, disciplina e educação”, conta. Ela lembra de um episódio que dois alunos adultos picharam o muro de dentro do colégio e tiveram que pintar novamente. “Com a ajuda da Patrulha, conversamos com os alunos e descobrimos quem foi. Os dois então trouxeram a tinta e pintaram toda a parede que estragaram”, lembra.

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