Entidades e partidos políticos vão desencadear uma ampla mobilização no Estado pela redução nos preços das tarifas cobradas nas 27 praças das rodovias pedagiadas do Paraná. “A Frente Ampla pelos Avanços Sociais convoca a todos os paranaenses para dar um basta nesta sangria perpetrada pela selvageria excludente de seis concessionárias que, em menos de uma década, solaparam mais de R$ 5 bilhões - valores atualizados - da economia e do setor produtivo do Paraná”, diz o manifesto distribuído na audiência pública promovida nesta segunda-feira (22) na Assembléia Legislativa.
“Não podemos mais ficar de braços cruzados. Os leilões de outubro que licitaram a exploração de sete lotes de rodovias federais, três dos quais cortam o litoral do nosso Estado, provaram, de forma cabal, o quanto são extorsivas as tarifas cobradas nos 2,4 mil quilômetros de rodovias pedagiadas no Paraná”, continua o manifesto.
As reuniões serão realizadas na maioria das cidades do Paraná. A segunda será já nesta sexta-feira (26), a partir das 14h, na Câmara de Vereadores de Londrina. “A campanha pode ser feita através de comitês, audiências públicas, reuniões, abaixo-assinados, manifestos que podem ser convocados nas câmaras de vereadores, sindicatos de trabalhadores, assentamentos, escolas, associações comerciais, clubes lojistas, ocupações, clubes de mães, bairros, locais de trabalho”, disse Doático Santos, coordenador da frente.
DEPUTADOS - Da reunião da frente ampla nesta segunda-feira participaram os deputados Luiz Claudio Romanelli (PMDB), Edson Strapasson (PMDB), Durval Amaral (DEM), Cleiton Kielse (PMDB), Augustinho Zucchi (PDT), Antonio Anibelli (PMDB), Teruo Kato (PMDB), Waldyr Pugliesi (PMDB), Dobrandino da Silva (PMDB) e Péricles Mello (PT).
“Nós queremos fazer uma mobilização da sociedade paranaense, principalmente depois que tivemos o leilão das rodovias federais que cruzam o litoral do Paraná. Está demonstrado cabalmente que o problema é grave: a economia paranaense está sangrando”, disse Romanelli.
O deputado do PMDB defende a criação de mecanismos que reduzam as tarifas. “O importante neste momento, a partir da mobilização da sociedade civil organizada, criar os instrumentos necessários, aproximar o ministério Público desta importante questão para que possa atuar de maneira efetiva neste processo. É necessário que mudemos o eixo dessa discussão. Isso não é uma vontade do governo apenas, mas da sociedade paranaense”, completou.
PARTICIPAÇÃO – Do encontro na Assembléia Legislativa, participaram ainda o prefeito Cristovan Andraus (PMDB) - representou os prefeitos das 399 cidades paranaenses; Roberto Baggio, coordenador estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra); Roni Barbosa, presidente da CUT-PR (Central Única dos Trabalhadores); Acir Mezzadri, coordenador do Fórum de Lutas contra o Pedágio; Carlos Zimmer, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores); Carlos Moreira, reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná); Epitácio Antonio dos Santos, presidente da NCST-PR (Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Paraná) e da Fetropar (Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários) e o presidente do Senge (Sindicato dos Engenheiros do Paraná), Ulisses Kaniak,
Além dos partidos e entidades já apontadas, a campanha “Abaixar o Pedágio Já!”, conta com apoio dos três senadores, deputados estaduais, deputados federais, de partidos políticos (PCdoB, PR, PTB, PV, PSB), do Senge (Sindicato dos Engenheiros do Paraná), UNE (União Nacional dos Estudantes), Upes (União Paranaense de Estudantes Secundaristas), Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), Força Sindical, CGT, NSCT e SDS.
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Íntegra do manifesto da Frente Ampla pelos Avanços Sociais
Abaixar o Pedágio Já!
A Frente Ampla pelos Avanços Sociais convoca à todos os paranaenses para dar um basta nesta sangria perpetrada pela selvageria excludente de seis concessionárias que em menos de uma década solaparam mais de R$ 5 bilhões - valores atualizados - da economia e do setor produtivo do Paraná.
Não podemos mais ficar de braços cruzados. Os leilões de outubro que licitaram a exploração de sete lotes de rodovias federais, três dos quais cortam o litoral do nosso Estado, provaram, de forma cabal, o quanto são extorsivas as tarifas cobradas nos 2,4 mil quilômetros de rodovias pedagiadas no Paraná.
Só para ter um exemplo: enquanto a tarifa para carros pela BR-277 até Paranaguá custa R$ 10,90, os três trechos de vias federais concessionados no litoral do Estado vão cobrar R$ 1,02. Essas diferenças provam que os atuais valores cobrados se tornaram um verdadeiro crime contra a economia do Estado.
O Paraná, no entanto, foi o único Estado a travar uma guerra contra o pedágio desde que foi implantado em 1997. A luta continua e dessa forma, respaldamos a posição firme do governador Roberto Requião que se colocou frontalmente contra os pedágios no Estado.
Nesse exato momento há mais de 40 ações judiciais movidas pelo Governo do Estado contra os aumentos das tarifas, contra o modelo das concessões, contra os lucros exorbitantes, entre outras demandas, e algumas das quais já estão sendo acatadas pela Justiça Estadual.
Nesse sentindo, conclamamos ao judiciário brasileiro que se engaje nessa luta e agilize as decisões que ainda perduram sobre as demandas existentes. E mais: que remetam à Justiça do Paraná qualquer julgamento que envolve a questão do pedágio nas rodovias do Estado.
Nos últimos quatro anos, o Governo do Paraná também provou, quando recuperou cinco mil quilômetros de rodovias estaduais, o quanto custa manter uma estrada em boas condições de tráfego. De tudo que é cobrado pelas concessionárias entre 20% e 30% são usados na manutenção das rodovias. O restante, cerca de 70%, faz parte do lucro das concessionárias.
Para se ter idéia do que significa este assalto a mão armada aos paranaenses. No ano passado, as concessionárias arrecadaram cerca de R$ 750 milhões e investiram em obras e conservação cerca de R$ 140 milhões nas rodovias. Os R$ 610 milhões restantes fazem parte do lucro que oneram sobremaneira os custos da produção de alimentos e bens do Estado.
Todos esses exemplos justificam a nossa posição radicalmente contrária ao atual modelo de concessão das rodovias no Paraná. As disparidades vão dos custos elevados das tarifas, a bi-tributação, a carga fiscal embutida, as elevadas taxas de remuneração do capital, a cobrança do pedágio antecipada ao investimento, a desvinculação da tarifa, a falta de vias alternativas, a estrutura tarifária que penaliza os usuários, as condições e a forma de licitação, que não estimulam a competição.
Por todas essas razões expostas conclamamos a todos os setores da sociedade a se mobilizar na campanha “Abaixar o Pedágio Já” que deve ganhar todas as cidades do Paraná através de comitês, audiências públicas, reuniões, abaixo-assinados, manifestos que podem ser convocados nas câmaras de vereadores, sindicatos de trabalhadores, assentamentos, escolas, associações comerciais, clubes lojistas, ocupações, clubes de mães, bairros, locais de trabalho.
O pedágio é uma verdadeira arma, uma ameaça ao cidadão e a economia do Estado criada por políticos e empresários inescrupulosos. Vamos lutar pela economia do nosso estado. O Paraná não suporta mais esta carga.
Curitiba, 22 de outubro de 2007
FRENTE AMPLA PELOS AVANÇOS SOCIAIS
Partidos e entidades dão a largada por redução do pedágio no Paraná
"A Frente Ampla pelos Avanços Sociais convoca a todos os paranaenses para dar um basta nesta sangria”, diz o manifesto distribuído na audiência pública promovida nesta segunda-feira (22) na Assembléia Legislativa
Publicação
22/10/2007 - 16:40
22/10/2007 - 16:40
Editoria