Participantes do Seminário Internacional “Crise – Rumos e Verdades” avaliaram a iniciativa do Governo do Paraná de promover a discussão de diferentes estratégias para a superação da crise financeira econômica mundial como “fundamental para o Brasil”. O evento, que reuniu mais de 1,5 mil pessoas, foi encerrado nesta quinta-feira (11), no Canal da Música, em Curitiba.
O coordenador do Centro Brasileiro de Solidariedade entre os Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), professor Francisco ‘Kiko’ França, ressaltou que a discussão sobre um mundo multipolar é fundamental para o desenvolvimento de um espaço de poder mais democrático. “Na minha opinião, a liberdade de mercado não existe. Temos que balizar o que o mercado pode e não pode, até onde ele pode inspirar as pessoas”, afirmou. De acordo com o professor, a iniciativa do Governo do Paraná é essencial para tempos como este em que vivemos.
“Nós vimos durante os seminários que medidas tomadas há 10, 20 anos eram ilusórias. O neoliberalismo, que fez uma privatização gigantesca, é um exemplo disso. Hoje temos a possibilidade de fazer este enfrentamento mundial, Brasil, Índia, Rússia, Coréia, mostram uma outra visão de mundo. Um mundo mais solidário, mais tolerante, antiimperialista, e também antiguerras. As guerras do império que levaram também a um processo de dependência de outros países”, disse França.
A estudante de Arquitetura Camila Cassiano argumentou que a crise já estava prevista por muitos economistas, desde o Contexto de Washington, citado durante as palestras, quando foi implantado o neoliberalismo no mundo inteiro. “Este capital especulativo um dia ia explodir e virar em crise, como a que vivemos hoje”, opinou.
Para presidente da União Paranaense dos Estudantes, e estudante de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Fabiana Zelinsk, o debate irá abrir novos caminhos e perspectivas. Para Fabiana, uma maneira de encontrar soluções para a crise é discutir em profundidade. “O que ficou muito claro para mim e meus colegas que também participaram, é que não podemos nos abater perante a crise, deixar de investir, para que a economia continue girando”, destacou.
“Os estudantes já começam a sofrer os efeitos da crise. Muitas universidades recebem capital estrangeiro. A educação não pode funcionar ao sabor do mercado, nem em épocas boas da economia, nem mesmo em épocas de crise como esta. O seminário serviu para que vários setores da sociedade pudessem discutir o problema que enfrentamos. Uma iniciativa excepcional do Paraná de trazer vários economistas de peso, com opiniões muito aprofundadas, como a do Carlos Lessa”, disse a estudante.
A professora da rede estadual de ensino, Denise Rodrigues, contou que o seminário e as discussões realizadas foram muito interessantes e que servirão de base para as aulas que irá ministrar. “Se houvesse tempo os debates poderiam ser ampliados, pois estavam muito ricos. Antes de tudo são necessárias atitudes políticas que fujam dos interesses das classes dominantes, do dinheiro e do capital, para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária. A crise pode ser superada, se utilizarmos estes elementos como principio”, opinou Denise.
Participantes do Seminário dizem que evento vai abrir novos caminhos e perspectivas
De acordo com o público, o Seminário “Crise – Rumos e Verdades” será fundamental para a superação da crise financeira mundial
Publicação
11/12/2008 - 19:18
11/12/2008 - 19:18
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