A parceria do Paraná com os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul nos últimos setes anos, por meio do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), tem possibilitado grandes conquistas junto ao governo federal em diversas áreas. “Desde 2003, o Codesul foi reestruturado e isso possibilitou que os outros estados do Sul trabalhassem juntos em questões importantes da agricultura, economia e no direcionamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) como ferramenta de crescimento para as pequenas empresas”, disse Santiago Martin Gallo, secretário executivo do Codesul. O Sul do Brasil é responsável, hoje, por 45% da produção agrícola do país, com 67 milhões de toneladas de grãos nesta safra. Para a safra 2010/2011 a meta é alcançar a produção de 75 milhões de toneladas de grãos. Para isso, o BRDE buscou junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) recursos de R$ 1 bilhão, que devem ser liberados até junho de 2010, para que os estados invistam nos programas de incremento da produção de grãos, pecuária, agroindustrialização, diversificação produtiva e cooperativismo. “Nossa agricultura é muito forte, mas também temos grande representatividade na pecuária de corte e leite, nas criações de suínos e frangos. Queremos diversificar cada vez mais nossas culturas e, para isso, precisamos continuar recebendo o incentivo do governo federal”, disse Valter Bianchini, secretário da Agricultura e Abastecimento. De acordo com ele, este projeto se soma aos recursos de R$ 5 bilhões do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), voltado aos pequenos agricultores. “Estes recursos são provenientes também de outras entidades, como Banco do Brasil e Sicreed”, informou. O secretário também destacou as parcerias que o Codesul tem realizado com as províncias argentinas, principalmente a de Salta. “Os governos do Paraná e de Salta já realizaram diversos acordos e um deles diz respeito à agricultura. Técnicos argentinos já vieram conhecer nosso sistema agropecuário e demonstraram grande interesse nas nossas sementes de feijão. Em breve, um grupo de pequenos agricultores paranaenses irá até Salta conhecer o modo de produção deles”, ressaltou Bianchini. Ferrovia - Outro fator decisivo para o intercâmbio dos estados do Codesul com a Argentina, o Paraguai e o Uruguai é a criação da Ferrosul. Uma ferrovia de propriedade dos quatro estados e que tem como modelo a Ferroeste, ferrovia pública paranaense. A ferrovia deverá passar pela área mais produtiva do Mato Grosso do Sul, na região de Maracaju e seguir por Dourados, Novo Mundo, entrando no Paraná por Guaíra, passando por Cascavel (região Oeste) até ao Porto de Paranaguá. Outros ramais ligariam a ferrovia aos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “A Ferrosul é necessária porque, além de fazer a ligação com os portos do sul do Brasil, vai se ligar ao Paraguai, já que vai chegar a Foz do Iguaçu, a Argentina e Uruguai, via Rio Grande do Sul. Vai ser o caminho mais rápido e econômico desses países com os portos de Paranaguá, Itajaí e do Rio Grande”, enfatizou Samuel Gomes, presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste). A previsão é de que a construção da nova ferrovia se inicie em 2011 e que em 2014 ela já esteja operando nos quatro estados. “Será uma ligação moderna, eficiente e de baixo custo. É um passo ousado, mas necessário para a industrialização do interior dos quatro estados”, afirmou Samuel Gomes.