O vice-governador Orlando Pessuti reuniu-se nesta terça-feira (10), no Palácio das Araucárias, em Curitiba, com o vice-ministro de Relações Exteriores da Polônia, Jan Borkowski, para discutir o desenvolvimento de projetos comuns entre as duas regiões. A ideia é intensificar as relações já existentes no setor do comércio e da educação, e desenvolver programas nas áreas de indústria, turismo e cultura, principalmente com a região de Wielkopolska. Localizada na fronteira com a Alemanha, Wielkopolska é a região mais rica da Polônia. “Vamos firmar um termo de cooperação amplo para detalharmos os assuntos sobre os quais podemos trabalhar”, afirmou Pessuti. “A princípio, vamos promover a troca de conhecimentos por meio do intercâmbio de técnicos, alunos, professores e pesquisadores nas universidades estaduais. Também queremos ampliar nossas relações comerciais e incentivar o turismo e o desenvolvimento da agricultura e pecuária”, adiantou o vice-governador. Em Curitiba está a segunda maior colônia de poloneses do mundo, atrás apenas de Chicago, o que torna a parceria ainda mais importante, conforme destacou Borkowski. Ele disse ainda que a cooperação será fundamental para a economia polonesa. “Nossa economia é complexa e se desenvolve bem. Há 20 anos crescemos de maneira uniforme, cerca de 4% ou 5% ao ano – até o ano da crise, em 2008. Este ano, apesar da crise, fecharemos com 1%. A cooperação com o Paraná vai se encontrar com esta economia polonesa de forma frutífera porque queremos modernizar nossas indústrias e incentivar a cooperação entre os empresários das duas regiões”, afirmou. COMÉRCIO – O vice-ministro destacou que a Polônia pode se configurar como uma oportunidade para que o Brasil intensifique as exportações e as importações com toda a União Europeia. “A Polônia faz parte do Mercado Comum Europeu e esta cooperação entre Brasil e Polônia significa uma cooperação com a União Europeia, fazendo com que a Polônia seja a porta para produtos, tecnologia e conhecimento brasileiro na Europa”, disse. Para o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Polônia, Marcos Domakoski, há muitas oportunidades entre as duas regiões, que têm economias complementares. Segundo Domakoski, elas se diferenciam dos demais países neste momento e, portanto, a parceria pode ser estratégica. “O Brasil tem papel importante na América do Sul pelo seu crescimento econômico e a Polônia, na Europa, é um dos poucos países que apresenta crescimento econômico este ano”, disse. Domakoski destacou algumas oportunidades de negócios. “A Polônia é tradicional na produção de motores para a geração de energia e o Brasil, como pioneiro na produção de etanol, pode se associar em uma parceria interessante. Há ainda oportunidades para a exportação de produtos agrícolas pelo Brasil, e de aço e subprodutos, pela Polônia. Já há, inclusive, importação pelo Paraná de motores que o Brasil não produz para atender a demanda da Compagas”, disse. COMEMORAÇÃO – Em 2010, será comemorado os 90 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Polônia – em 1920 chegou ao Brasil (na cidade do Rio de Janeiro) o primeiro embaixador da Polônia. Para isso, serão desenvolvidos diversos eventos, como a visitação dos parlamentos brasileiro e polonês por autoridades, conforme informou o embaixador da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski. Segundo Kisielewski, também serão promovidos dois grandes seminários econômicos, visando estreitar as relações comerciais entre as duas regiões. O primeiro, em Varsóvia, vai focar o tema de defesa dos países, abordando, por exemplo, equipamentos utilizados pelas forças armadas. No segundo evento, em São Paulo, serão debatidos o setor portuário e a produção de navios. De acordo com o embaixador, as atividades comemorativas devem começar em maio do próximo ano. Também participaram do encontro a cônsul-geral da Polônia no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Dorota Joanna Barys, e a integrante do Departamento de Cooperação com as Comunidades Polonesas no Estrangeiro, Regina Jurkowska.