Paraná traz do Japão novas experiências na área de saúde

Enfermeira atendida pela Escola de Governo fez curso sobre parto humanizado e voltou com a missão de difundir os conhecimentos na rede pública
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20/05/2005 - 16:44
Editoria
Uma parceria entre a Escola de Governo do Paraná e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, na sigla em inglês) permitiu a uma enfermeira da rede pública de saúde do estado fazer um curso de três meses na Ásia, sobre parto humanizado. Regina Tanaka, servidora federal (trabalha no Hospital de Clínicas), foi para o Japão em fevereiro e retornou ao Brasil no final de abril. Nesta sexta-feira (20), ela visitou a gerência executiva da Escola de Governo para contar o que aprendeu e como pretende multiplicar seus conhecimentos a profissionais das redes públicas federal, estadual e municipal de saúde. Como Regina foi chamada - O curso do qual participou Regina Tanaka é fruto de um convênio firmado em 2000 entre os governos do Brasil e do Japão. Anualmente, pelo menos dez profissionais, de diversos estados, recebem bolsa para estudarem parto humanizado no Japão. Como a JICA é uma das parceiras da Escola de Governo, instituição vinculada à Secretaria da Administração e da Previdência (Seap), a agência japonesa se comprometeu a receber indicações da “Escola”, que consultou a Secretaria da Saúde (Sesa). Regina acabou sendo a escolhida. Enfermeira obstétrica, ela coordena o trabalho de humanização do Hospital de Clínicas. A condição essencial para que Regina fosse contemplada era o comprometimento em, ao retornar, difundir o aprendizado na rede de saúde de todas as esferas – não só no HC, como em hospitais estaduais e municipais. Culturas diferentes - Na avaliação da profissional, por haver grandes diferenças culturais entre Brasil e Japão, nem tudo o que é aplicado no país asiático dá para ser repetido aqui. Entretanto, diz ela, aos poucos alguns pontos podem ser introduzidos no sistema de saúde brasileiro. O parto humanizado não consiste apenas em priorizar e favorecer a ocorrência de partos naturais, no lugar da cesárea. O conceito, explica Regina, é muito mais amplo. Significa, continua Regina, o acompanhamento clínico tanto da mãe como da família, desde que a gravidez é diagnosticada. Do pré-natal, além da assistência médica, faz parte a inclusão da mulher em ioga, ginásticas, aeróbica e até cursos de culinária – enfim, tudo o que possa contribuir para a qualidade de vida da mãe. “O parto é um evento muito celebrado entre os japoneses; tem o envolvimento do marido, dos outros filhos, da família. Tanto que, no momento do parto, todas as pessoas que mãe desejar podem assistir e participar. O pai cortando o cordão umbilical, por exemplo, os filhos confortando a mãe e assim por diante”, conta Regina. No programa de parto humanizado japonês há ainda as casas de parto – as mães não dão a luz em leitos de hospitais convencionais. “Os quartos têm música ambiente suave, pouca luz, aromas especiais, tudo para garantir conforto e tranqüilidade para mãe e para o bebê que está saindo da barriga dela”, salienta a enfermeira.