Paraná poderá ter 117 municípios livres do analfabetismo até o fim do ano

Mais de 368 mil pessoas foram alfabetizadas e a meta, este ano, é superar o analfabetismo no Estado, restando apenas 4% da população sem saber ler e escrever
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06/08/2010 - 14:20
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O Paraná poderá ter 117 municípios declarados Territórios Livres do Analfabetismo, até o fim de 2010. Mais de 368 mil pessoas foram alfabetizadas e a meta, este ano, é superar o analfabetismo no Estado, restando apenas 4% da população sem saber ler e escrever. Estes são os principais resultados do programa Paraná Alfabetizado, em andamento desde 2004, segundo a secretária da Educação, Yvelise Arco-Verde. “Nós temos muita clareza da necessidade de continuidade deste trabalho. E, talvez, nos próximos dois anos o Paraná seja considerado o primeiro Estado do país sem analfabetos”, avalia.
Segundo Yvelise, o objetivo é dar acesso a quem nunca freqüentou a escola e evitar que esta condição se repita, visto que apenas 54% dos alunos da educação básica ingressam no ensino médio, no Estado. “Falar em processo de alfabetização de adultos não é só ensinar a ler e a escrever. É pensar na continuidade do processo de escolarização, pois se a pessoa não for estimulada, em pouco tempo vai esquecer o que aprendeu”, defende.
Para realização do programa Paraná Alfabetizado que atende jovens, adultos e idosos, existe a parceria com o governo federal, órgãos públicos e municípios, foram feitas chamadas públicas e capacitação para os alfabetizadores, para que formassem turmas, cada uma com 20 alunos no máximo.
Além da educação de jovens e adultos, a secretária afirma que também são promovidas ações para a alfabetização e de escolarização aos públicos com costumes e cultura próprios, como os quilombolas, indígenas, ribeirinhos e o movimento sem-terra. Por mais que se tenha universalizado o acesso ainda há 2% da população sem acesso às séries iniciais (1ª a 5ª série) no Estado.
Para estes públicos são exigidos outros processos de alfabetização. A secretária exemplifica que existem cerca de três mil indígenas que são atendidos pelas escolas estaduais indígenas no Estado. Nos acampamentos de sem-terra, o atendimento é feito por meio de ações como a escola itinerante, desenvolvidas em parceria com os movimentos sociais e municípios, estes responsáveis por esta etapa.
“Se a intenção é universalizar e garantir o direito constitucional à educação, deve-se olhar para este público historicamente excluído da sociedade. O ensino no Estado fica cada vez mais especializado, sendo necessário descobrir modelos de ensino que não são os tradicionalmente ofertados pelo sistema a fim de atender a demanda”, destaca Yvelise.
Importantes investimentos também foram realizados no ensino regular, agrícola e profissionalizante, o que conferiu ao Paraná o reconhecimento como o Estado com o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do país. “Não basta apenas abrir matrícula. É preciso garantir o acesso e a permanência destes alunos na escola”, destaca Yvelise.