Empresários e representantes do governo e de entidades do Paraná começaram nesta quinta-feira (28), na Argentina, a fechar as primeiras parcerias no III Encontro de Representantes de Comércio Exterior, evento que visa ampliar negócios entre o Brasil e a Argentina. Mais de 70 empresários estão apresentando o que há de melhor no setor público e empresarial paranaense, levando oportunidades de negócios e de transferência de tecnologias. A missão paranaense é organizada pelo Governo do Paraná e levou ainda membros de outros estados e do governo federal. Para o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná, Virgílio Moreira Filho, a posição adotada pelo governador Roberto Requião com os países do Mercosul fortaleceu a união de parceiros naturais. “Hoje está comprovada a eficácia dos acordos de cooperação propostos pelo governador Requião entre o Paraná e regiões da Argentina”, afirmou. “Agindo dentro de um contexto regional, os resultados são mais promissores e diria até mais rápidos que ações planejadas apenas entre países. Intercâmbios entre micro e pequenas já são realidade nas regiões em que o Paraná atuou e isso deve servir de norteamento para ações futuras”, acresentou. NEGÓCIOS - As rodadas de negócios entre empresários paranaenses e argentinos seguem até esta sexta-feira (29). Paralelamente, ações governamentais comuns entre as duas regiões são discutidas no âmbito do turismo, comércio, indústria, agricultura, cultura e meio ambiente. Em 2008, a Argentina foi o principal destino de produtos exportados pelo Paraná, superando a Alemanha e os Estados Unidos. A Argentina comprou US$ 1,545 bilhão em produtos paranaenses. O país também tem destaque entre importações do Paraná. Está atrás apenas da Nigéria e China. O governador de Salta, Juan Manuel Urtubey, disse que, em tempos de crise econômica, o fortalecimento das parcerias com o Mercosul representa importante alternativa. “É o momento para aprofundar parcerias e ações públicas de inclusão social”. A união do Norte da Argentina com o Sul do Brasil pelo Paraná, acrescentou, é também uma meta. “Queremos transformar o Paraná em uma das principais portas de entrada de nossos produtos no Brasil. Para isto, queremos mostrar nossas potencialidades”. Segundo o secretário-executivo do Codesul, Santiago Gallo, Salta é a quinta província argentina a assinar acordos com o Paraná. A missão, disse, representa uma efetiva ação de integração e mostra o posicionamento estratégico do Paraná como referência em assuntos internacionais. “Novos acordos nas áreas da agricultura orgânica, agronegócios e difusão de tecnologias estão a caminho”, informou. Para o ministro de Desenvolvimento Econômico de Salta, Julio César Loutaiff, o Paraná pode ser um precioso aliado ao processo de industrialização da província argentina. “Queremos agregar valor aos produtos de Salta e o intercâmbio com o Paraná vai acelerar nossos objetivos”. Já o ministro do Turismo e Cultura, Federico Posadas, disse que na sua área parcerias com empresas e entidades do Paraná vão abrir aos brasileiros as belezas de Salta. “Aqui temos a Rota do Vinho, com os vinhedos mais altos do mundo e de excelente qualidade, além do turismo de aventura e belas paisagens.” MOMENTO - Economistas argentinos lembram que, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB dos países desenvolvidos recuará 2% em 2009, enquanto as economias emergentes deverão crescer menos. Portanto, dizem, este é o momento de os empresários estarem atentos porque os mercados argentino e brasileiro merecem atenção. No ano passado, o índice de incremento das vendas do Paraná para o mercado externo foi o maior registrado entre os estados do Sul (alta de 23%). As exportações do Paraná também superaram o aumento verificado em São Paulo (10,2%), estado que possui o maior Produto Interno Bruto (PIB) do país. O índice do Paraná também foi superior ao nacional (21,8%). De acordo com o levantamento do governo federal, durante os 12 meses do ano passado, o Paraná respondeu por 7,7% dos US$ 198 bilhões das exportações brasileiras e atingiu a quinta colocação no ranking nacional entre os estados exportadores.