O Paraná deve fechar o ano com a segunda melhor marca na geração de empregos formais da história do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A previsão foi feita pelo economista Sandro Silva, do Dieese, ao analisar o crescimento dos empregos no Estado no primeiro trimestre de 2006. O nível de emprego cresceu no período 1,78% no Paraná, gerando 31.500 vagas. Já no quadrimestre, foram 51.830 empregos com carteira assinada. A maioria dos empregos, nos dois casos, foi registrada no interior do Estado.
O balanço do nível de emprego no Paraná revela que os 29 principais municípios paranaenses apresentaram crescimento do nível de emprego de 1,27%, gerando no trimestre 16.215 vagas, ou 51,5% do total. Os demais municípios apresentaram crescimento de 3,09%, com a abertura de 15.285 vagas, 48,5% do total. O nível de emprego apresentou crescimento 1,96% no interior e 1,49% na Região Metropolitana de Curitiba, correspondendo respectivamente a 21.025 (61,5%) e 10.475 (38,5%) empregos criados.
O economista Sandro Silva acredita que o Paraná vai fechar o ano bem acima das 72 mil vagas criadas em 2005. “Mas não vai bater a marca de 122 mil empregos estabelecida em 2004, quando o Estado teve o melhor desempenho da história do Caged”, destacou. Ele acredita que o interior continuará impulsionando para cima o índice de emprego, como aconteceu no primeiro trimestre deste ano.
“Nas mesorregiões paranaenses observa-se que em cinco das dez apresentaram aumento no nível de emprego superior ao total do Estado, com destaque para o Noroeste, que teve um crescimento de 4,58%, com 4.318 vagas, devido ao bom desempenho em termos absolutos ocorridos nas microrregiões de Paranavaí e Cianorte”, analisa.
Outra mesorregião que apresentou crescimento significativo em relação às demais foi a Centro Ocidental, com 3,20% e 1.235 vagas, influenciada pelo bom desempenho verificado na região de Goioerê, e do Norte Central, com 2,64% e 9.367 vagas, devido ao bom desempenho ocorrido em Apucarana, Astorga e Ivaiporã, destaca o economista.
Entre os 29 principais municípios paranaenses, responsáveis pela geração de 16.215 vagas, alguns se destacam. São eles Pinhais (6,85%), Almirante Tamandaré (2,86%), Guarapuava (2,53%), Cambé (2,52%), Sarandi (2,47%), Pato Branco (2,36%), Telêmaco Borba (2,29%), Colombo (2,19%), Apucarana (1,95%) e Piraquara (1,70%).
Fatores - O economista do Dieese atribui o crescimento do nível de emprego no interior do Estado a uma série de fatores, com a antecipação da safra de cana-de-açucar nas regiões produtoras, a queda nas taxas de juros e, a mais importante, a política fiscal do Governo do Estado, através dos programas de isenção e redução do ICMS e do programa “Bom Emprego”, que dilata o recolhimento do imposto por até oito anos e privilegia empresas que se instalam em municípios de menor IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cianorte, José Augusto Plácido, os dois programas de governo tiraram da informalidade um grande número de empresas e fez aumentar o nível de emprego em várias regiões do Paraná. O Estado tornou-se atrativo para muitas empresas, entre elas uma fábrica de embalagens para produtos de longa vida, que decidiu investir R$ 270 milhões na instalação de uma unidade em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba.
A política fiscal do Governo Requião aumentou o índice de credibilidade das empresas instaladas no Estado há mais tempo. A Klabin, por exemplo, está investindo R$ 1,5 bilhão na construção de uma nova fábrica de papel e na reforma dos equipamentos de sua unidade em Telêmaco Borba. A Sadia está investindo R$ 150 milhões em suas unidades no Paraná. Ao todo, 141.956 novas empresas surgiram no Estado desde 2003, início do governo Roberto Requião, até abril deste ano.
Os resultados positivos obtidos pelo Paraná na geração de emprego – 309 mil em três anos e quatro meses – resultam de uma política fiscal implantada pelo atual Governo do Estado, com o objetivo de promover a ampliação do setor industrial e fortalecer a economia estadual. “Assim, na contramão da tendência nacional, aqui no Paraná ousamos cortar impostos, diminuir a carga tributária, trocar os tributos por mais empregos, mais investimentos”, avaliou o governador Roberto Requião.
Segundo ele, hoje, das 217 mil empresas ativas no Estado, 132 mil estão totalmente isentas do pagamento do ICMS. A faixa de isenção foi ampliada em dezembro de 2005 e, com isso, a partir de janeiro deste ano, empresas que faturam até R$ 25 mil reais por mês deixaram de pagar o ICMS. As faixas seguintes também foram alteradas, ampliando-se o corte do imposto. Por exemplo, empresas que faturam acima de R$ 166 mil, pagam apenas 4% de ICMS, sempre levando em consideração a isenção da faixa interior, como no cálculo do imposto de renda.
Além disso, o governo do Paraná isentou o ICMS nas operações de circulação e transporte dos produtos da cesta básica. Produtos como açúcar, feijão, arroz, leite, macarrão, sal e vinagre estão chegando mais baratos à mesa dos paranaenses. O Paraná também reduziu a alíquota do ICMS sobre as importações de bens de capital pelo Porto de Paranaguá de 18% para 3%, para estimular as nossas indústrias.
Da mesma forma, a carga tributária para compras realizadas dentro do Paraná foi reduzida de 18% para 12%. “Esse estímulo às compras internas repercutiu fortemente em nossa economia. Os grandes grupos varejistas chegaram a fechar seus escritórios de compras em outros Estados e as nossas indústrias passaram a receber mais encomendas”, acrescenta Requião..
Para o governador, este programa tem uma face inédita, em iniciativas semelhantes: “Quanto mais pobre a região onde é feito o investimento, maiores os benefícios fiscais. Acrescentamos ainda ao programa, a dilação do pagamento do ICMS sobre a conta de energia, por quatro anos, também para investimentos em áreas com menor IDH, o que está resultando em belos resultados”, afirma.
Ao mesmo tempo em que trocava impostos por empregos e investimentos, o Governo do Estado desenvolveu uma série de ações em apoio às prefeituras. “Desenvolvemos um grande plano de ações e de obras de infra-estrutura. Foram R$ 758 milhões para melhorar a vida das pessoas em seu próprio local de origem, evitando com isso o inchaço, a hipertrofia das nossas grandes cidades. Neste ano de 2006, vamos aplicar R$ 451 milhões no desenvolvimento urbano, na infra-estrutura dos nossos municípios. Paralelamente, também com reflexo na vida municipal, estamos executando um grande plano de obras públicas, como penitenciárias, educandários, escolas, delegacias, repartições estaduais, que hoje totalizam investimentos de R$ 557 milhões. Somando todos os setores da administração, fechamos o terceiro ano de mandato com mais de R$ 3,7 bilhões em obras e investimentos”.
Por tudo isso, o governador afirma que fica clara que a ação do Governo do Paraná, através das isenções do ICMS, da dilação do recolhimento do imposto, do forte estímulo à pequena agricultura, dos concursos públicos que admitiram milhares de novos funcionários, serviram para criar milhares de empregos formais em todo o Estado. “As 150 mil empresas que hoje não pagam ICMS e que estão contratando mais empregados, como testemunham os sindicatos empresariais e de trabalhadores”, concluiu.
Paraná espera fechar o ano com a segunda maior geração de emprego
Estado espera se aproximar aos índices de 2004,o melhor da história na abertura de vagas de trabalho. Interior tem sido responsável pela maioria dos novos empregos
Publicação
26/05/2006 - 15:05
26/05/2006 - 15:05
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