A Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social deve analisar quais impactos a crise financeira mundial terá sobre a chamada “nova classe média”. De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre 2002 e 2007, a classe C (média) cresceu 4,07% ao ano no Estado. Nesse período, o número de paranaenses miseráveis diminuiu 11,98%. O Paraná registrou a segunda maior queda do país, inferior apenas a de Santa Catarina (-16,29%).
No último ano do governo anterior, 15,69% da população do Paraná estava abaixo da linha da pobreza. Cinco anos depois, no governo de Roberto Requião, esta proporção caiu para 8,29%.
Segundo o secretário Nelson Garcia, o tema será debatido pelo Comitê em Defesa do Trabalho e do Emprego, que reúne Governo do Estado e centrais sindicais. Os dados da publicação Miséria e a Nova Classe Média na Década da Igualdade serão cruzados com os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho.
“A partir de 2003, tivemos um avanço na qualidade de vida dos paranaenses. A realidade das pessoas mais pobres, com era no governo anterior, mudou. Agora está bem melhor, mas precisamos saber como protegê-las dos efeitos da crise e não permitir que elas voltem à miséria”, explicou Garcia.
A FGV leva em consideração dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-2007) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a Fundação, o miserável vive em uma família de quatro pessoas com renda de até R$ 500 mensais – ou seja, o rendimento por pessoa é de R$ 125.
RENDA - Garcia destaca que um dos principais motivos para o avanço da classe média no Estado foi o aumento na renda dos paranaenses. Segundo o estudo, em 2002, a renda domiciliar média, por pessoa, era de R$ 499,48. Em 2007, no quinto ano do governo de Roberto Requião, o valor chegou a R$ 645,70 - alta de 5,27% ao ano.
Para o secretário, o salário mínimo estadual, instituído em 2006, influenciou no resultado. “Temos o maior piso regional do Brasil e, com certeza, isto contribuiu para aumentar o poder de compra das famílias do Paraná. Mesmo que o mínimo estadual seja válido apenas para determinadas categorias de trabalhadores, acaba puxando as negociações salariais de diversas classes de empregados”, analisa.
A Região Metropolitana de Curitiba teve o maior incremento do país no período: 4,60%. O índice é maior que o apresentado pelas cidades que compõem a Grande Brasília (4,51%), que têm a maior renda do Brasil. O aumento também é muito superior ao da Região Metropolitana de São Paulo (0,79%).
EMPREGOS - Apesar da crise, o Paraná gerou 34.547 empregos formais nos cinco primeiros meses do ano e tem mostrado evolução no número de contratações, desde janeiro. Ao contrário do restante do Brasil, o Paraná tem mantido bons números e registrou, em maio, o quinto resultado positivo consecutivo na série 2009 do Caged.
“Enquanto o país registrava 101.748 demissões em janeiro, o Paraná contratou 1.592 trabalhadores. Aumentamos as contratações no mês seguinte, quando 2.494 vagas foram abertas. Em março, nosso saldo já saltava para 10.842 empregos formais. Devemos continuar crescendo e recuperar os postos de trabalho perdidos em dezembro de 2008”, calcula o secretário Nelson Garcia.
Com o resultado do último mês, o total de trabalhadores com carteira assinada no Paraná subiu para 2.094.631 trabalhadores. Destes, 611.599 conseguiram emprego a partir de 2003, início do governo de Roberto Requião. Para se ter idéia do que isso significa, o Paraná gerou 15 vezes mais empregos formais em seis anos e cinco meses do que nos oito anos anteriores, quando o resultado foi de 37.882 postos de trabalho.
Paraná é um dos Estados que mais têm diminuído a pobreza no Brasil
De acordo com um estudo da FGV, no último ano do governo anterior, 15,69% da população do Paraná estava abaixo da linha da pobreza; cinco anos depois, no governo de Roberto Requião, a proporção caiu para 8,29%
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26/06/2009 - 15:12
26/06/2009 - 15:12
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