A Fundação Cultural Palmares/MinC promove no espaço Canal de Música, em Curitiba, até este domingo (10), o Primeiro Laboratório Organizacional de Comunidades Remanescentes de Quilombos da Região Sul. O objetivo é ampliar o conhecimento das comunidades remanescentes de quilombos, permitindo identificar e potencializar os recursos existentes nas próprias comunidades por meio da capacitação e da organização. As ações se baseiam na multidimensionalidade do desenvolvimento sustentável em seus aspectos econômicos, culturais, ambientais, sociais e políticos, através da metodologia de capacitação massiva, e conta com cerca de 68 lideranças quilombolas dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Vale do Ribeira). “O Paraná reconhece a diversidade de seu povo, o que é essencial para a paz e harmonia, e que os quilombolas têm, ao lado dos indígenas e dos despossuídos do campo e da cidade, lugar importante nos programas sociais do governo, fortalecendo seu direito à plena cidadania”, afirmou o secretário de Assuntos Estratégicos do Paraná, Nizan Pereira, durante a solenidade de abertura, neste domingo (3). A diretora do Patrimônio Cultural da Fundação Palmares do Ministério da Cultura, Maria Bernadete, disse que as comunidades quilombolas, além de resistência territorial, preservaram a tradição oral de sua cultura e ancestralidade afro-brasileira. “As comunidades devem ser valorizadas e estudadas porque, com o fim da escravidão negra, as autoridades queimaram documentos relacionados, numa ação equivocada, para apagar a mancha da escravidão. Quase todos os documentos foram destruídos, inclusive os títulos de propriedade que alguns senhores delegaram a seus ex-escravos”, disse. Na ocasião, o coronel Nemésio Xavier, comandante da Polícia Militar do Paraná, reafirmou o compromisso de sua corporação com o respeito aos remanescentes de quilombos e sua proteção. O coordenador do grupo, Clóvis Moura, falou de seu contentamento em sentir que os remanescentes de quilombos, que estavam na invisibilidade, hoje são reconhecidos como cidadãos. O evento tem o apoio do Instituto de Apoio Técnico aos Países do Terceiro Mundo (Iattermund), Associação Quilombola e Ecológica Vale do Guaporé (Ecovale), Grupo de Trabalho Clóvis Moura, Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos e Secretaria de Estado da Educação.