Paraná é o terceiro maior gerador de primeiros empregos

Segundo estudo do Senai, o Estado responde por 7,9% dos primeiros empregos gerados pela indústria brasileira e por 8,1% do total de admissões ao reemprego
Publicação
05/06/2007 - 15:35
Editoria
O Paraná foi o terceiro maior gerador de primeiros empregos na indústria nacional entre 2000 e 2005 e o quarto em reemprego no setor. O Estado respondeu por 7,9% dos primeiros empregos gerados pela indústria brasileira neste período e por 8,1% do total de admissões ao reemprego. É o que aponta o estudo “Caracterização das Admissões na Indústria”, um retrato dos trabalhadores que são admitidos na indústria, realizado pelo Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O estudo fornece ao Senai novos subsídios para sua política de formação de mão-de-obra industrial. No período dos seis anos analisados foram admitidos 3,3 milhões de trabalhadores ao primeiro emprego e 16,2 milhões em reemprego, totalizando quase 20 milhões de admissões no período. O Senai vem respondendo à evolução da demanda industrial. No Paraná, o Senai vem fortalecendo os programas educacionais. Ano passado, o Senai Paraná formou 61.163 profissionais nas modalidades Aprendizagem Industrial (5.719), Qualificação (18.983), Aperfeiçoamento (33.212), Cursos Técnicos (3.200) e Pós-Graduação (49). Um dos exemplos mais emblemáticos é o aumento expressivo no número de alunos dos cursos de Aprendizagem Industrial do Senai Paraná, que preparam gratuitamente jovens com idade entre 14 e 24 anos para o mercado de trabalho. Em 2003, foram 1.451 matrículas, em 2007 o número de alunos deve chegar a 7 mil. Em média, de 60% a 70% dos alunos concluem o curso e conseguem colocação nas empresas. O estudo do Departamento Nacional do Senai reflete esta realidade. Elaborada a partir de dados consolidados dos quatro grandes setores da indústria (de transformação, extrativa mineral, de construção e serviços industriais), a pesquisa verificou que para cada cinco admissões de reemprego na indústria ocorreu uma de primeiro emprego, com tendência de redução da parcela representada pelo primeiro emprego. Coordenado pelo professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Saboia, o levantamento – desenvolvido a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – apontou que os dois tipos de admissões concentraram-se neste período na região Sudeste, a mais industrializada do País, e, em menor escala, na região Sul. Entre os estados, o destaque ficou com São Paulo com 25% das admissões ao primeiro emprego e 29% de reemprego. Primeiro emprego – Na admissão ao primeiro emprego, o Paraná ficou atrás apenas de São Paulo (25,3%) e Minas Gerais (12,8%). Depois vieram Santa Catarina (7,3%) e Rio Grande do Sul (6,9%). Esses cinco Estados responderam por 60% do total. A região Sul representou 22,5% do total de admissões ao primeiro emprego, ficando atrás somente do Sudeste, que registrou 44,5%. O quadro regional também variou de acordo com o setor. No Sul, o destaque ficou por conta das indústrias de madeira e mobiliário, responsáveis por 39,7% do total. Os setores de calçados (30,2%), borracha, fumo e couro (29,2%) e têxtil e vestuário (28,5%) dos três estados do Sul também obtiveram um bom desempenho em relação às outras regiões. As regiões metropolitanas destacaram-se entre as mesorregiões nas admissões ao primeiro emprego. São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba e Salvador estão entre as maiores mesorregiões geradoras de primeiro emprego do País. Em 2005, por exemplo, a Região Metropolitana de Curitiba registrou 11.126 admissões ao primeiro emprego e o Norte Central Paranaense, 11.008. Reemprego – A abertura de vagas de reemprego entre 2000 e 2005 revelou uma concentração regional ainda maior, registrando também os maiores índices nas regiões Sudeste (50,4%) e Sul (25,3%). O Paraná registrou o quarto melhor índice, com 8,1%, ficando atrás de São Paulo (28,9%), Minas Gerais (13,6%) e Rio Grande do Sul (9,9%). Na região Sul, o destaque ficou por conta das indústrias de madeira e mobiliário (50,4%) e de calçados (51%), responsáveis por mais da metade das admissões por reemprego em relação às demais regiões. Considerando-se todos os estados das regiões Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo), obteve-se quase três quartos do total de admissões de reemprego no País. O conjunto de estados das regiões Norte e Centro-Oeste mal passa de 10% do total de admissões de reemprego industrial no País. Das 3,1 milhões de admissões por reemprego levantadas pelo Caged em 2005, 1,9 milhão, ou seja, 60% foram encontradas em apenas 20 mesorregiões. Em 2005, a Região Metropolitana de Curitiba registrou 87.098 admissões ao reemprego. Quadro nacional – De acordo com o estudo, as admissões na indústria brasileira evoluíram a partir de 2000 seguindo o ritmo da economia. Em 2003, pior ano da década, as admissões ao primeiro emprego não passaram de 500 mil. Em 2004, ano de forte crescimento econômico, foram admitidas 605 mil pessoas ao primeiro emprego. As admissões de reemprego seguiram o mesmo movimento, porém em nível bem mais alto. Também nos reempregos houve forte recuperação em 2004. Ao longo de 2005, além das 616 mil admissões de primeiro emprego, ocorreram 3.136 mil de reemprego. Assim, o primeiro emprego representou 16,4% do total de admissões ocorridas naquele ano. Considerado o período 2000-2005, verificou-se leve tendência de queda da importância do primeiro emprego no total de admissões na indústria (as admissões ao primeiro emprego representavam 18,3% em 2000).