O governo do Paraná recebeu, nesta quarta-feira (04), no Palácio das Araucárias, uma delegação da província canadense de Quebec, para discutir parceria entre as duas regiões. Desde 2004, o Estado tem acordo de cooperação com os canadenses, que vieram ao Paraná para discutir novas propostas e assinar novo plano de ação.
As relações multilaterais desenvolvidas pelo Paraná servirão, de acordo com o governador Roberto Requião, como reação ao modelo financista que gerou a crise econômica mundial. “A proposta do liberalismo econômico é fazer do Brasil uma China com menos habitantes, numa competição internacional pela venda de produtos primários e aviltamento do trabalho”, afirmou.
Requião alertou que as commodities exportadas pelo Brasil cairão de preço, e o dólar em baixa diminui a capacidade de investimento do País. A solução proposta é diversificar o comércio internacional, abandonar a política econômica de viés financeiro, subir salários e baixar impostos. “A resposta está no desenvolvimento interno, fortalecimento do Mercosul e do comércio com todos os países. A crise ainda não acabou e as suas conseqüências são imprevisíveis”, disse.
A província de Quebec, lembrou seu ministro de relações internacionais, também foi fortemente atingida pela crise. “Perdemos bilhões de dólares com os chamados papéis comerciais, nos fundos de pensão”, contou Pierre Arcand. Ele comentou que os EUA vivem uma crise não apenas do setor financeiro, mas da economia real e do setor imobiliário e, por isso, Québec aposta na ampliação das suas relações internacionais.
“É fundamental diversificar nossa economia, e acreditamos que o Brasil e o Paraná podem assumir uma posição de liderança”, afirmou. O ministro lembrou ainda que o Paraná é visto como área de excelência em meio ambiente, urbanismo e relações internacionais, destacando que as importações brasileiras ao Quebec cresceram 65%, de 2007 para 2008, chegando aos US$ 1,4 bilhões.
ACORDO - Representantes brasileiros e canadenses se reúnem, na tarde desta quarta-feira (04), em grupos de trabalho para analisar novas propostas de cooperação. Os quatro temas abordados serão cultura, educação, economia e comércio e ciência e tecnologia.
As universidades paranaenses e suas empresas tecnológicas deverão ter destaque na formulação das novas propostas. “Temos ampla rede de universidades e pesquisadores qualificados, vamos utilizar isso para firmar acordos com as universidades de lá”, afirmou a secretária de Ciência, Tecnologia e Ensino superior, Lygia Pupatto
Entre as propostas a serem analisadas em Ciência e Tecnologia estão o modelo de gestão dos parques tecnológicos, a formação de redes de pesquisa em bioenergia, intercâmbio de professores e pesquisadores e a mobilidade dos alunos.
Com a assinatura, em 2004, do acordo de cooperação entre as regiões, foi desenvolvido pelo Sicoob no Paraná, um sistema de crédito cooperativo nos moldes no do grupo Desjardins, o maior do mundo no setor. Na agricultura um sistema de controle de qualidade do gado leiteiro já está funcionando, além de uma parceira da cidade de cascavel para biotecnologia leiteira e uma parceria do Senai para formação profissional.
COMÉRCIO - O Paraná já realizou desde 2003, 38 missões comerciais para outros países, levando mais de 500 empresários. Foram assinados, neste período, 35 convênios com outras regiões, trabalho que levou à recente indicação pela, Secretaria de Relações Institucionais do Brasil a coordenar um seminário em Lyon sobre sustentabilidade empresarial. “O Paraná é o Estado que mais tem relações internacionais no Brasil, reconhecido pelo governo federal”, destacou o secretário de Indústria Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgilio Moreira Filho.
Paraná e Quebec discutem novas parcerias para ampliar intercâmbio
Desde 2004, o Estado tem acordo de cooperação com os canadenses, que vieram ao Paraná para discutir novas propostas e assinar novo plano de ação
Publicação
04/11/2009 - 14:00
04/11/2009 - 14:00
Editoria