Paraná capacita argentinos a produzir soro contra o veneno da aranha-marrom

O treinamento auxiliará na implementação da produção do Soro Antiloxoscélico na Província de Buenos Aires
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15/06/2010 - 10:30
Editoria

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O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI) vai receber, até quinta-feira (17), profissionais de saúde da coordenação do Laboratório de Produção de Soro de Antipeçonhentos da Província de Buenos Aires, na Argentina. A delegação, formada por seis técnicos, terá capacitação para produzir o Soro Antiloxoscélico, utilizado no tratamento de pessoas picadas por aranha-marrom.
O treinamento auxiliará na implementação da produção do Soro Antiloxoscélico na província de Buenos Aires. “Após essa capacitação, os profissionais estarão aptos a capturar e manejar animais venenosos em cativeiro, extrair e preparar os venenos, produzir o soro antiloxoscélico e fazer o controle de qualidade do soro e do processo de produção”, explicou o secretário da Saúde, Carlos Moreira Júnior.
A vinda da delegação contribui para uma aproximação técnica entre os profissionais brasileiros e argentinos, visando o desenvolvimento de novas técnicas no processo de produção. De acordo com o diretor do CPPI, Rubens Gusso, essa troca de experiências é importante, pois ajuda no desenvolvimento do nosso processo de produção. “Com essa aproximação, a tecnologia que temos aqui contribuirá para o tratamento de vítimas da aranha-marrom lá na Argentina”, explica.
Em 2009, a Secretaria da Saúde enviou ao governo argentino 500 frascos-ampola do soro antiloxoscélico produzidos pelo CPPI. O Paraná atendeu o pedido do Centro de Antipeçonhentos da Província de Buenos Aires, que estava em situação de emergência devido ao alto número de casos de picadas por aranha-marrom na época.
Esta é a primeira vez que profissionais de saúde do exterior vêm ao Paraná para serem orientados e capacitados para a produção de soro antiloxoscelico. “Queremos agradecer os conhecimentos transmitidos pelos profissionais do CPPI pela disposição e atenção, embora o idioma tenha representado alguma dificuldade”, afirmou Carlos Grisoliá, chefe do laboratório da província de Buenos Aires.
Para a produção do soro, o CPPI captura o veneno encontrado na aranha marrom e, posteriormente, injeta-o em cavalos que produzem anticorpos. Depois, é colhido o sangue dos animais e, com a parte líquida, chamada plasma, é produzido o soro. Por ano, são produzidos de seis a 12 mil ampolas do soro.
Dando continuidade a essa parceria, os técnicos argentinos estarão visitando, nesta semana, as instalações do CPPI e poderão observar o funcionamento e as atividades realizadas no Centro. A delegação argentina também visitará o Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) e o Instituto Carlos Chagas/Fiocruz.

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