Paraguai busca recursos para ligação ferroviária com o Porto de Paranaguá

Fazem parte do projeto a construção do ramal Cascavel-Foz do Iguaçu, de 170 km, e a ponte sobre o rio Paraná
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17/05/2010 - 18:50
Editoria

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Durante a Expo Santa Rita, no Paraguai, o presidente da Ferroeste e a presidente da Unicoop (União Nacional das Cooperativas do Paraguai), Simona Cavazzuti, reuniram-se com o vice-ministro da Indústria do Paraguai, Cantalicio Salvador Invernizzi, para discutir o estágio atual do projeto de ligação ferroviária daquele país com o Porto de Paranaguá. Fazem parte do projeto a construção do ramal Cascavel-Foz do Iguaçu, de 170 km, e a ponte sobre o rio Paraná.
O vice-ministro paraguaio afirmou nesta segunda-feira (17) que seu governo está “convencido de que a ferrovia é uma solução” para o desenvolvimento de seu país. “Também estamos dispostos a viabilizar essa ponte ferroviária”, disse o vice-ministro, “e temos feito algumas reuniões com colegas do governo para discutir e fazer ver a necessidade de levar adiante o tema da ferrovia”. Salvador Invernizzi acrescentou: “Estamos procurando financiamento e já tivemos contato com o BNDES para discutir investimentos na construção de estradas, pontes e ferrovias no Paraguai”, revelou.
Durante a Expo Santa Rita o presidente da Ferroeste participou também da apresentação do projeto ferroviário paraguaio, na Expo Santa Rita, feito por Jose Luiz Argaña, representante do Ministério das Obras Públicas, através do Vice-Ministério dos Transportes. Os ministérios paraguaios, segundo Argaña, estão redefinindo suas “funções a respeito das políticas de transporte no país e tendo como prioridade o tema do sistema ferroviário, esse grande desafio da integração”.
A presidente da Unicoop, Simnona Cavazzuti, considera que a recente adesão dos ministérios da Indústria e de Obras Públicas de seu país “reforça o projeto da ferrovia e fará com que ele avance mais”. Ela ressalta que o “setor produtivo do Paraguai, país sem saída para o mar, apóia em 100% a construção da ferrovia”, disse ela.
O projeto do corredor ferroviário Paranaguá-Antofagasta, definido pelos governos do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, prevê a construção de um ramal da Ferroeste de Cascavel a Foz do Iguaçu e Puerto Presidente Franco, primeiro módulo do projeto ferroviário que está em discussão com o governo paraguaio. A ferrovia seguirá, em território paraguaio, para Santa Rita-Encarnación-Pilar, fazendo depois a conexão com o sistema ferroviário argentino em Posadas e Resistencia e daí até os portos chilenos. “Vamos batalhar para que a ferrovia saia”, disse Simona Cavazzuti, “não podemos ficar de fora, porque é uma obra muito importante para o Paraguai e não podemos perder essa oportunidade”.
O ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, parte brasileira do corredor bioceânico, terá uma extensão de cerca de 170 km. O projeto executivo da Ferroeste já estão prontos e custaram R$ 10 milhões, faltando apenas serem atualizados. O segundo módulo do projeto, dentro do território paraguaio, até a fronteira argentina terá cerca de 300 quilômetros e custará em torno de US$ 600 milhões. A previsão é de que os recursos venham do BNDES.
PROJETO CASCAVEL
Durante a feira, o presidente da Ferroeste também participou da apresentação do Projeto Cascavel, realizada pelo Grupo Propulsor de Projetos Ferroviários, formado pela Unicoop pelas empresas Agro Silos El Produtor, Companhia Dekalpar e Trebol Agrícola. O projeto consiste na utilização do Porto Seco da Codapar existente no terminal da Ferroeste, em Cascavel, para o desembaraço aduaneiro das cargas de pequenos e médios produtores paraguaios destinadas ao Porto de Paranaguá.
“Com este projeto, estamos permitindo que o Paraguai, antes mesmo da construção da ferrovia a Foz do Iguaçu, volte a utilizar de imediato o Porto de Paranaguá para a movimentação de produtos na exportação e importação, o que deixou de ocorrer há dez anos em razão de alterações no câmbio, que aumentaram o frete rodoviário, e do acréscimo de custo trazido pela implantação do escorchante pedágio na BR-277”. Explica o presidente da Ferroeste. “O Brasil quer que o Paraguai se desenvolva e o Estado do Paraná tem um papel preponderante para que isso ocorra. A Ferroeste e o Porto de Paranaguá são elementos cruciais nesta estratégia”, disse ele.