Para Cetran, instalação de novos radares em Curitiba é irregular

A instalação dos novos radares em Curitiba não seguiu a determinação do Conselho Nacional de Trânsito, que obriga o envio de um estudo prévio ao Conselho Estadual de Trânsito
Publicação
03/08/2004 - 00:00
Editoria
A instalação de 45 novos radares em Curitiba não seguiu a determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que obriga o envio de um estudo prévio ao Conselho Estadual de Trânsito – Cetran. A afirmação é do presidente do órgão no Paraná, Arthur Lessa Monteiro. “O Departamento Nacional de Trânsito, por meio da resolução 150, obriga que o Cetran seja consultado sobre a necessidade da instalação de radares e sinalização de trânsito, por exemplo. Mas isso não ocorreu”, disse Lessa. De acordo com o presidente do Cetran, em maio deste ano, após as várias reclamações de motoristas multados em Curitiba, o Conselho convocou o presidente da Urbs, Sérgio Tochio, para uma audiência. No entanto, Tochio enviou o diretor de trânsito da Diretran, Carlos Alexandre Negrini Bettes, para o encontro. “Firmamos um pacto que só seriam instalados novos radares em Curitiba após um estudo prévio, com a participação do Cetran. Mas fomos surpreendidos com a notícia que a cidade passaria a ter mais 45 aparelhos”, afirmou Lessa. Ainda segundo Lessa, quando a Diretran colocou faixas com avisos de que as ruas passariam a ter radar, o Conselho acreditou que seria automático o comunicado ao órgão, o que não ocorreu. “Como firmamos o compromisso que o Cetran iria acompanhar a colocação de novos radares, o ação da Diretran causou grande surpresa”. Queixas - Quando um motorista é multado, pode recorrer ao Detran, que julga o recurso. O Cetran é a última instância de julgamento. Por essa razão, o órgão conhece as principais reclamações dos motoristas. Segundo Lessa, dos cerca de mil recursos analisados por mês, de 30% a 40% são de motoristas questionando a regularidade dos radares. “Há um certo desconhecimento da população com relação aos locais onde os radares estão instalados. Além disso, os motoristas reclamam da ausência de placas de advertência sobre a velocidade permitida”, disse. Segundo Lessa, ao justificar a multa recebida, os motoristas também afirmam que os equipamentos estão em locais de difícil visualização, atrás de árvores, por exemplo. Os motoristas também criticam a instalação dos radares em descidas, curvas e locais com poucos índices de acidentes. “Em quase todos os recursos também há queixas sobre a proximidade dos radares e a má sinalização”, salientou. Educação - Lessa trabalhou 17 anos no Detran e está desde outubro do ano passado na presidência do Centran. Policial militar reformado, também trabalhou por muitos anos no Batalhão de Polícia de Trânsito e defende que o motorista deve ser educado, e não vigiado por radares. “O mais importante é educar o usuário, mudar a cultura do excesso de velocidade com campanhas educativas. Não adianta encher a cidade de radares e fazer o cidadão sentir-se como um bandido”, defende. Os Conselhos Estaduais de Trânsito - Cetrans - e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal – Contrandife - são órgãos normativos, consultivos e coordenadores do correspondente subsistema estadual ou distrital de trânsito, respectivamente, e integrantes do Sistema Nacional, bem como julgar de recursos contra as decisões de Junta Administrativa de Recursos de Infrações - Jari, nos casos em que a legislação estabelece.