A participação de crianças e adolescentes na construção da cidadania foi o tema da palestra da jornalista da revista Viração, Lílian Romão, de São Paulo, e do professor e advogado Humberto Góes na 7ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, nesta quarta-feira (23) em Curitiba. Eles chamaram atenção para a necessidade de criar novas relações na família, na comunidade e na escola. “As crianças e os adolescentes têm direito de exercer a cidadania dentro dos ambientes em que vivem, participando ativamente com suas idéias e opiniões. Afinal, o espaço é deles também”, afirmou Góes. “Esta relação começa em casa, no momento em que os pais dão espaço para os filhos participarem e os escutam com atenção e consideração. Quando os pais assumem esta postura, as crianças chegam à escola com uma perspectiva diferente, ou seja, as relações estão ligadas e uma é resultado da outra”, disse a jornalista. “Estamos aqui não porque as crianças e os adolescentes são o futuro, mas porque eles têm idéias importantes que devem ser ouvidas e consideradas não só por colegas da mesma faixa etária, mas pelos adultos também”, conclui Lílian Romão. A Conferência está sendo realizada até esta quinta-feira (24) no Centro de Convenções de Curitiba. Cerca de 700 pessoas participam do evento que tem como tema “Construindo Diretrizes da Política e do Plano Decenal” e está discutindo ações direcionadas ao público infanto-juvenil, considerando os avanços alcançados após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Na cerimônia de abertura, na segunda-feira (21), a secretária de Estado da Educação, Yvelise Arco-Verde, foi homenageada. Um importante diferencial desta Conferência é a participação mais efetiva dos jovens - 90 estudantes estão no evento. Mayara Santana, do 2° ano do Ensino Médio do Colégio Francisco Alves de Almeida, em Conselheiro Mairinck, veio até Curitiba para debater e conhecer ideias novas. “Viemos discutir assuntos relacionados com os direitos da criança e do adolescente. Cada município elaborou previamente algumas propostas baseado em necessidades da região e veio defendê-las aqui”, disse. Ela conta que em seu colégio, discutiram violência, convívio familiar e escolar e oportunidade de emprego para jovens. “Acho fundamental que a escola ofereça espaço para que os estudantes discutam não só as políticas do grêmio, mas que participem também de reuniões que pretendem melhorar a qualidade do ensino e da infraestrutura do colégio”, afirmou. Os adolescentes têm garantidas 42 vagas para representar o Paraná - e defender as 25 propostas selecionadas aqui - na Conferência Nacional marcada para o início de dezembro, em Brasília.