Para aproximar as famílias dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas aos seus filhos e ao próprio Centro de Socioeducação, foi lançado o Programa Escola de Pais no Cense São Francisco. A idéia surgiu com base no dia-a-dia dos adolescentes no Centro de Socioeducação (Cense) e dos frequentes relatos das famílias que, diante da complexa realidade que enfrentam, precisavam de apoio e orientação no relacionamento com os jovens. A coordenadora do programa, Elza Wons Zarski, afirma que serão palestras mensais sobre os temas mais abordados pelas famílias atendidas no local, entre eles a dificuldade em impor limites e a ansiedade em reorganizar a rotina familiar após a saída do adolescente do Cense. “Eles querem levar os filhos de volta para casa, por isso buscam informações, orientações, apoio. Fazemos palestras para falar em sintonia com esses pais e mães, numa linguagem simples e com temas próximos de suas realidades”, disse a coordenadora. O diretor do Cense, Júlio César Botelho, recebeu no início da palestra pedidos de familiares que querem aproveitar a visita para ver seus filhos, e orienta: “Hoje o momento é para os pais. Vocês vieram aqui para crescer e pensar um pouco em si mesmos. Nós, que somos o apoio desses meninos, também precisamos de um tempo para a reflexão”. As mães contam seus sonhos de levar os filhos para a casa e da alegria em vê-los falar em projetos para o futuro. Marli Gritten Neu está entre elas e acompanha a rotina do filho no Cense há 1 ano e 2 meses. Ela conta que o menino sonha em “trabalhar e cuidar dela”. As oficinas profissionalizantes oferecidas aos adolescentes permitem a eles criar projetos para quando voltarem para casa. “Ninguém aprendeu a ser pai ou mãe, nós precisamos aprender para não errar, pois os desafios são muitos”, disse a palestrante Cecília de Oliveira. O Programa de Apoio e Inserção Social (Pais) é gerido pela Coordenação de Socioeducação da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude e busca a participação da família na execução da socioeducação, no aprimoramento da comunicação entre as unidades de internação e a realidade das famílias, além de preparar pais, mães e familiares.