A Polícia Militar fez uma grande blitz na tarde desta quinta-feira (14) quando foram visitados 28 hotéis de Curitiba considerados de alta rotatividade e que funcionam como ponto de prostituição e venda de drogas. Em apenas um dos estabelecimentos foram apreendidos centenas de produtos que não tinham comprovação de origem. O que chamou ainda mais a atenção dos policiais foi o grande número de preservativos que são usados em campanhas contra a Aids promovidas pelo Ministério da Saúde. “Isso demonstra que este material estava não só sendo desviado como também vendido para que os clientes pudessem fazer os programas com garotas nestes hotéis”, revelou o tenente Olavo Vianei Nunes, que integra o Comando do Policiamento da Capital da PM e que comandou a operação. Além dos preservativos, a PM recolheu no hotel, localizado na Rua André de Barros, próximo a um dos terminais de ônibus mais movimentados de Curitiba, material pornográfico, dezenas de calçados e ainda objetos como aparelhos de reprodução de CDs, relógios e outros que, pelo que foi levantado pelo Serviço de Inteligência da PM, era material furtado e usado para pagar o aluguel dos quartos e trocar por droga. “Também recolhemos anabolizantes já embalados. Diante das evidências, temos certeza que grande parte destes hotéis acaba sendo fachada para ação do crime organizado”, relatou o tenente Vianei. Ele explicou que a escolha dos hotéis foi feita com base em denúncias e no trabalho dos policiais militares que atuam no setor de inteligência. O tenente explicou que estas ações visam não apenas combater o tráfico de drogas, mas também evitar que muitos locais sejam transformados em pontos de prostituição. “Neste caso, até com o uso de menores”, advertiu. Na operação desta quinta-feira o gerente do estabelecimento foi detido e deverá ser indiciado em inquérito policial, que apurará os fatos. De acordo com o tenente Vianei, operações como esta fazem parte do trabalho desenvolvido pela Ação Integrada de Fiscalização Urbana. As blitz são periódicas e acontecem em dias e locais alternados, conforme o plano de atividades da Polícia Militar. “A gente tem como objetivo fechar o cerco contra a atuação de pessoas que visam lucro à custa da exploração seja de menores ou até de maiores, que acabam se envolvendo em crimes por conta da necessidade do vício da droga por exemplo”, disse.