Assistimos, poucos dias antes do Carnaval, à formatura de 1.096 professores da primeira turma do Plano de Desenvolvimento da Educação do Paraná (PDE) – plano que oferece formação continuada nas universidades e faculdades estaduais do Paraná aos professores da rede pública estadual. O programa deve formar mais 1.200 professores em 2009 e cerca de dois mil em 2010. Como disse o governador Roberto Requião, presente à solenidade, o PDE “é uma revolução na história do Paraná”.
O programa permite que os professores, no primeiro ano, dediquem-se integralmente aos estudos. No segundo ano, eles têm 25% da carga horária livre para estudar. Trata-se de antiga reivindicação da categoria, agora encampada pelo governo, com base no entendimento de que a prática do ensino exige que os professores e professoras tenham a possibilidade de uma formação permanente. Para o bem da educação pública, o que, afinal, é uma exigência da sociedade.
O PDE conta com a parceria do governo, das instituições de ensino superior e dos professores e professoras, que estão demonstrando uma grande receptividade. Eles se sentem valorizados e em condições de desenvolver um trabalho mais qualificado em sala de aula. Mas o PDE também contribui para a formação e a prática dos docentes do ensino superior envolvidos com o programa, permitindo-lhes a troca de experiências e conhecimento. É um exemplo para o país.
Ainda é cedo para uma avaliação mais precisa das conseqüências do PDE para a educação pública no Paraná. É evidente que haverá muitos e profundos ganhos, talvez em maior proporção do que se possa imaginar hoje. Contudo, já é hora de se entender que o PDE, como qualquer projeto de governo, pode sucumbir à próxima administração, que terá início em 1º de janeiro de 2011.
Isso porque o PDE depende hoje do empenho do atual governo. Se o próximo governo na tiver a mesma disposição e a mesma consciência da importância da formação para os professores, o PDE deixará de existir.
Como salientou o governador Requião na solenidade, é necessário inserir o PDE na estrutura legal do Estado, através de emenda constitucional ou emenda complementar. O PDE é uma marca que não pode ser abandonada, é uma conquista da qual os professores e professoras da rede pública não podem abrir mão, é um avanço que a sociedade não merece ver interrompido. O PDE é uma realidade, um programa notável, que não deve ficar à mercê de apetites políticos eventuais. É hora de tornar o PDE uma realidade permanente no Paraná.