Orquestra Sinfônica se apresenta na Lapa com canhões do Exército

A Orquestra interpretará a Abertura 1812, de Pyotr Tchaikovsky, com regência do maestro Alessandro Sangiorgi
Publicação
03/12/2009 - 19:48
Editoria
A Orquestra Sinfônica do Paraná se apresenta nesta sexta-feira (04) no Quartel Militar do 15º GAC Ap, na cidade da Lapa, às 11h30, nas comemorações do Dia de Santa Bárbara, Padroeira da Artilharia (do Exército). A Orquestra interpretará a Abertura 1812, de Pyotr Tchaikovsky, com regência do maestro Alessandro Sangiorgi. A abertura 1812 terá em sua execução a salva de tiros de canhão, que faz parte da estrutura original da obra. O evento é fruto de uma associação entre o Centro Cultural Teatro Guaíra e os quartéis de artilharia do Paraná, fiel à diretriz de trabalho da atual diretoria do CCTG que é de apoiar e associar-se às comemorações e iniciativas da comunidade. A Abertura 1812, de Tchaikovsky, foi composta em 1880 e comemora a retirada de Napoleão de Moscou. Além de incorporar trechos da Marseillaise e o Hino Nacional Czarista, por ter sido criada para ser executada em uma praça de Moscou, há um trecho da obra em que se inclui sinos (representando os sinos da catedral) e salvas de tiros de canhão. Para que se tenham todos esses efeitos, o ideal é que a obra seja executada ao ar livre, como acontecerá na Lapa. No dia 10 de junho deste ano a Orquestra Sinfônica realizou um concerto semelhante no Quartel do Boqueirão, em Curitiba, nas comemorações do Dia da Artilharia. Santa Bárbara é considerada a Padroeira da Artilharia do Exército por ser associada às profissões que, em seu exercício, apresentam risco de morte eminente. No caso da artilharia militar, o fato de Santa Bárbara estar associada aos trovões lembra os canhões e as armas pesadas, características dos grupos de artilheiros. Conta a História que Bárbara nasceu no início do Século IV, em Nicomédia, atual Ismite, cidade da antiga Bitínia, na Ásia Menor, junto ao Mar de Mármara. Era uma bela jovem, filha de Dióscoro, homem rico e poderoso, adorador dos deuses grego-romanos. Dióscoro tencionava casar sua filha com algum homem rico que lhe pudesse aumentar a fortuna. Precisando partir em viagem, mandou construir um balneário, com duas janelas, onde mandou encerrar Bárbara. Isolada, entrou em profunda meditação e se converteu à fé cristã, proibida no país e cujos seguidores eram levados à morte. Bárbara mandou abrir no seu balneário uma terceira janela para que a entrada da luz representasse a Santíssima Trindade. Iluminada pela Santíssima Trindade desenhou uma cruz com o dedo, no mármore da balneário, que ali ficou profundamente gravada e que teve efeitos milagrosos para os que a tocaram. Mandou, também, destruir os ídolos pagãos que seu pai conservava ali. Regressando da viagem, Diáscoro foi informado por Bárbara que se recusava a casar porque tinha consagrado sua vida a Jesus. Furioso, Diáscoro desembainha a espada para castigá-la, mas Bárbara foge e permanece escondida numa mina. Denunciada por um pastor, Bárbara foi entregue ao seu pai que a levou a Marciano, máxima autoridade romana da cidade, acusando-a de professar o Cristianismo. Açoitada cruelmente, Bárbara pediu o auxílio a Deus, tendo Jesus aparecido assegurando-lhe que estaria sempre a seu lado, de modo que as crueldades dos tiranos nada pudessem contra ela. A moça foi condenada a ser decapitada e o próprio pai foi o executor. Na hora da sua morte, ela pede a Jesus que a absolva de todos os seus pecados e que a mesma graça fosse concedida a todos os que, em situações de morte iminente, por seu intermédio implorassem a Extrema Unção. Bárbara foi decapitada no dia 4 de dezembro, dia dedicado à Santa posteriormente. “Continua a lenda que, entretanto, o céu escurecera, se tornara tempestuoso e que, quando Dióscoro encetou o regresso do monte, um raio o fulminou, reduzindo-o a cinzas. E assim, enquanto Bárbara terá subido ao Céu levada por anjos, Dióscoro terá descido ao Inferno para ser atormentado para sempre pelos demônios”. Este é o motivo pelo qual Santa Bárbara é adotada como Padroeira pelas profissões nas quais o risco de morte eminente está sempre presente (artilheiros, pirotécnicos, bombeiros, mineiros e outras). No sincretismo da religiosidade brasileira, Santa Bárbara é o orixá Iansã, a Rainha dos Raios, nos cultos afro brasileiros. No Exército, Santa Bárbara é a Padroeira da arma de Artilharia, não só por ser uma atividade cujo risco de morte é eminente, mas pela associação da sua morte com o raio, o trovão, que caracteriza as atividades da Artilharia com seus canhões e outras armas que provocam grandes estrondos quando utilizadas.

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