Orquestra Sinfônica promove o encontro da música erudita e popular

Concerto Inédito reúne no palco a Orquestra Sinfônica do Paraná e o Grupo Fato
Publicação
16/03/2005 - 11:00
Editoria
A Orquestra Sinfônica do Paraná tem agendado dois concertos inéditos em parceria com o Grupo Fato. O primeiro será realizado na cidade de Cascavel, no domingo (20). às 20h, na Igreja Nossa Senhora Aparecida (Catedral). O outro será no dia 29, em Curitiba, na Praça Santos Andrade, em comemoração ao aniversário da Cidade. O concerto, que reunirá músicas de 14 compositores, na maioria, paranaenses, além da divulgação de grandes talentos, vai mostrar ao público aspectos importantes da cultural regional, desconhecida por muitos. Esta é a primeira vez que acontece o encontro dos dois grupos de diferentes estilos, o popular e o erudito. A Orquestra Sinfônica do Paraná, que comemora 20 anos de fundação em maio, mantém um grupo de músicos de grande expressão. Em sua trajetória figuram concertos dos mais memoráveis mestres como, Mozart, Bach e Beethoven, e autores contemporâneos, incluindo compositores brasileiros e paranaenses. Em seus registros constam centenas de apresentações entre concertos sinfônicos, óperas, espetáculos do Balé Teatro Guaíra e festivais de música. O Grupo Fato está em atividade há mais de onze anos e já conta com quatro CDS gravados. "O quinto CD já está sendo produzido e será lançado no final do ano", diz Ulisses Galetto, coordenador do grupo. O trabalho do grupo está voltado para a busca de uma linguagem própria, pela qual elementos de diversas vertentes musicais compõem um universo sonoro bastante singular. Um desses elementos é o Fandango Paranaense que tem despertado interesse não só do público, mas também de críticos especializados em todo o Brasil e no exterior. Segundo Ulisses, se apresentar junto com a Orquestra Sinfônica do Paraná foi projeto que começou a ser elaborado no final ano passado. "A Orquestra recebeu muito bem a nossa proposta e todo o grupo está muito feliz em poder realizar esta pareceria", diz ele. Fandango - A história do fandango no Paraná teve início no ano de 1750, com a chegada dos Açorianos ao Brasil. No início era apresentado durante o carnaval e manifestavam sentimentos de nostalgia e recordações da sua pátria distante. De origem espanhola e influência portuguesa, o fandango paranaense misturou-se com a dança dos índios carijós no Paraná e tornou-se folclore regional, dança típica do caboclo litorâneo. Algumas de suas características mudam de região para região. São conhecidas no litoral: Anu, Queromana, Tonta, Andorinha, Cana Verde, Marinheiro, Chamarita de oito, Charazinho, Serrana, Chara e Feliz. Em suas apresentações são utilizados os instrumentos: Viola, Adufo e Rabeca e maxixe (construídos pelos próprios pescadores). As Violas possuem geralmente cinco cordas duplas e mais meia corda, a que chamam turina. Os violeiros desconhecem métodos de afinação, apenas temperam a viola, não têm noção de tempo, compasso e divisão. Sentem e valorizam apenas o ritmo. A Viola é construída de madeira denominada caxeta com requintes de acabamento artístico. A Rabeca tem três cordas, ou às vezes quatro. É também feita de caxeta, esculpida em madeira maciça, tendo o braço e o arco de canela preta ou cedro. O sedenho arco é feito de crina de rabo de cavalo, ou mesmo de fios de cipó. O Adufo é coberto com couro de cotia ou de mangueiro (cachorro do mangue) sendo de salientar a superioridade do couro da cotia. É fabricado com madeira de caxeta e as baterias são tampinhas de garrafa amassadas. Programa de Concerto - dia 20 em Cascavel Tamanco (Ulisses Galetto - PR). A Noite (Ulisses Galetto, Grace Torres e Sandrão Fernandes – PR), Madrugada (Carlos Todeschini – PR), Vozes (Grace Torres, Alexandre Nero e Ulisses Galetto – PR), De (Antonio Saraiva – RJ), Transparência (Ulisses Galetto, Grace Torres e Luiz Antonio Fidalgo – PR), Odisséia (Ulisses Galetto – PR e Antonio Saraiva – RJ), Passantes (Luiz Antonio Fidalgo - PR), Baía-Rio (Antonio Saraiva e Pedro Ribeiro – RJ), Morrer de Bem (Suely Mesquita e Rodrigo Campello – RJ), Melodia-a-dia (Ulisses Galetto e Marcelo Sandmann – PR), Insalubre (Grace Torres e Luiz Carlos Heleno - PR),Samba Danado (Marcelo Sandmann – PR) e Ouro / Águas de Março (Antonio Saraiva e Tom Jobim – RJ) Ficha Técnica: Arranjos originais: Grupo FATO. Orquestrações: Gilson Fukushima. Transcrições arranjos originais: Grace Torres. Edições: Fernando Riederer e Sérgio Justen. Produção: Centro Cultural Teatro Guaira e Ulisses Galetto Maestro: PAULO TORRES O FATO Grace Torres – teclados. Ulisses Galetto – baixo. Zé Loureiro Neto – bateria Priscila Graciano – percussão. Gilson Fukushima – guitarra e Alexandre Nero – voz Discografia fato – 1995 Produção: Antonio Saraiva Independente Fogo Mordido –1997 Produção: Paulo Brandão Independente Fogo Mordido –1999 (lançamento na Europa) Produção: Paulo Brandão Berimbau (Itália) Oquelatá Quelateje – 2000 Produção: Rodolfo Stroeter Independente Oquelatá Vivo – 2002/2003 Produção: FATO Independente

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