Orquestra Sinfônica faz domingo novo concerto no Teatro Guaíra

Apresentação é uma homenagem aos compositores brasileiros Villa-Lobos, João de Deus e Harry Crowl, mineiro que vive em Curitiba há 14 anos
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19/09/2008 - 11:13
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A Orquestra Sinfônica do Paraná se apresentará neste domingo (21), às 10h30, no auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão), sob a regência do maestro Ernani Aguiar. O concerto é uma homenagem aos compositores brasileiros Villa-Lobos, João de Deus e Harry Crowl, mineiro que vive em Curitiba há 14 anos. Dele será executada a obra inédita “Antipodae Brasilienses” (Do Sertão ao Delta e Paisagem de Inverno), música dedicada à Orquestra Sinfônica do Paraná. Do repertório de Crowl também será apresentada “Fanfarra para os 95 anos da Universidade Federal do Paraná - UFPR”, que estreou em 2007. De João de Deus de Castro Lobo, compositor mineiro nascido em 1794 e falecido em 1832, será apresentada a “Abertura em Ré Maior”, obra descoberta em 1985, por Harry Crowl, numa coleção de manuscritos provenientes da cidade mineira de Pitangui. O material estava guardado no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. Este é o único exemplar de música puramente instrumental encontrado até hoje escrito por um compositor mineiro do período colonial. A obra é dividida em duas partes, como uma abertura clássica, sendo uma introdutória lenta e a outra rápida, com dois temas. João de Deus compôs músicas religiosas, mas com características clássicas e românticas. O seu estilo se identifica especialmente pelo uso de uma orquestração mais densa e elaborada em comparação aos compositores que o antecederam. A apresentação encerra com “Concerto para piano e orquestra nº5”, de Heitor Villa Lobos, com solo da jovem pianista, Priscila Malansky, fundadora e integrante do quinteto “Ensemble Libertango”, especializado nas composições de Astor Piazzolla. Priscila atua como camerista e solista, em diversas cidades do País. Em maio de 2006 foi escolhida pelo maestro Alessandro Sangiorgi, entre inúmeros pianistas, para participar da Semana Beethoven, em um master class, dirigido pelo pianista John O’Connor, de Positano, Itália. Maestro - Além de regente, Ernani Aguiar é também compositor e violista, e dedica seu trabalho para o repertório brasileiro e contemporâneo internacional. Como pesquisador tem especial atenção para a música brasileira do período colonial. Como compositor sua música está freqüentemente presente em programas de concertos, no Brasil e no exterior. Aguiar escreveu obras para coro ‘a capela’, orquestra, coro e orquestra, voz e acompanhamento, para instrumentos solo e em grupos diversos. Suas composições têm obtido sucesso no Brasil e no exterior, com significativo número de apresentações, gravações e edições. Foi o primeiro estrangeiro, após dois séculos e, o único da América, a reger o “Grande Coral da Catedral de Florença” e, na mesma cidade, recebeu o título de "Maestro de Capela". Desde 1993 ocupa a cadeira nº 4 da Academia Brasileira de Música, cujo patrono é o compositor Lobo de Mesquita. É professor de regência da Escola de Música da UFRJ e do Instituto Villa-Lobos, da Universidade do Rio de Janeiro, desde 1987. Também ministra cursos de regência no Brasil e no exterior. Harry Crowl - o compositor e musicólogo adotou Curitiba, onde vive desde 1994. O seu currículo inclui um catálogo de cerca de 100 obras de todos os gêneros. É professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Diretor Artístico da Orquestra Filarmônica da UFPR e produtor colaborador da Rádio Paraná Educativa FM. Atua junto a vários grupos e intérpretes, locais e internacionais, como a Camerata Antíqua de Curitiba, Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra de Câmara do Amazonas, Quarteto Moyzes (Eslováquia), George Crumb Trio (Áustria) Trio Fibonacci (Canadá), Violoncelissimo (Romênia), Duo Clarineta ao Piano (Brasil/USA), Leilah Paiva, Atli Ellendersen, entre vários outros, tem resultado em diversas encomendas e gravações. A obra de sua autoria “Antipodae Brasilienses (Do Sertão ao Delta e Paisagem de Inverno)”, se refere às dimensões continentais do Brasil. Apresenta dois quadros de regiões localizadas nos extremos do Brasil. “Do Sertão ao Delta”, uma viagem pelo rio Parnaíba, de sua nascente no sertão, encontrando com o rio Poty, em Teresina, e, abrindo-se, em seguida, num delta que forma parte das dunas dos lençóis maranhenses e deságua no Oceano Atlântico. Na seqüência, chega a Curitiba e seus arredores, num mês de inverno, para encontrar uma paisagem bucólica, silenciosa e misteriosa, com árvores desfolhadas, neblinas e um mundo que se revela nos detalhes e nas sutilezas. A paisagem gelada das manhãs, as tardes ensolaradas e secas, as noites frias e aconchegantes que, às vezes, trazem à mente invernos do hemisfério norte guardam a lembrança da chegada dos ipês floridos, em agosto. “Fanfarra para os 95 anos da UFPR”, estreou na Praça Santos Andrade, no dia 19 de dezembro de 2007, como parte das comemorações dos 95 anos da universidade mais antiga do Brasil. Os acordes solenes sugerem as colunas do prédio principal da instituição, situada em frente ao Centro Cultural Teatro Guaíra, ao mesmo tempo em que o movimento do trânsito e os desafios para o futuro são representados pelas intervenções dos tímpanos. Neste programa, a fanfarra anuncia o início de uma vigem ao outro extremo do Brasil. Heitor Villa-Lobos - seu catálogo compreende cerca de mil obras, desde a música de câmara à música sinfônica, ópera e música coral, passando pelo popular ao erudito. Inicialmente dedicou-se ao violão, tocando em vários grupos de músicos amadores de chorinhos, depois assimilou o folclore das regiões brasileiras. Sua permanência em Paris, de 1923 a 1930, foi decisiva para consolidar sua vocação. A grande admiração pela obra de Bach fez com que ele aperfeiçoasse a técnica de contraponto, dedicando um ciclo de obras, As Bachianas Brasileiras. Em 1945, tornou-se presidente da Academia Brasileira de Música. Sua obra revela uma constante experimentação sonora, buscando nos instrumentos, harmonia livre, timbres, ritmos e tonalidades diferentes a força de sua composição, sem falar no lirismo de suas melodias. Os Concertos Para Piano foram escritos entre 1945 e 1957, quando o compositor iniciou uma renovação na carreira internacional depois de sua fase nacionalista, anos que esteve ao serviço do regime revolucionário de Getúlio Vargas no Brasil. Serviço Orquestra Sinfônica do Paraná Dia 21 de setembro às 10h30 Ingresso antecipado: R$20,00 (platéia) e R$10,00 (1º e 2º balcões) No dia do concerto, R$30,00 (platéia) e R$20,00 (1º, 2º balcões)

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