Mais de 70% das oficinas mecânicas e “martelinhos de ouro” (consertos de lataria) de Curitiba e Região Metropolitana não assinam a carteira de trabalho de seus funcionários. A conclusão é dos sindicatos patronal e dos trabalhadores no setor. Juntos, eles alertam sobre os prejuízos da informalidade para empresários, empregados e toda a sociedade. A categoria deve ser alvo da campanha do Governo do Estado Trabalho sem carteira assinada não é legal.
Em uma reunião com o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, nesta terça-feira (11), representantes de empregados e empregadores conversaram sobre as dificuldades no setor. Garcia adiantou que fará o possível para ajudar na situação e prometeu todo o apoio necessário na conscientização da importância do registro em carteira de trabalho.
“O encontro de hoje mostrou, mais uma vez, que a preocupação com o trabalho informal é de todos. E o governador Roberto Requião está sendo muito corajoso em expor isto e trazer esta responsabilidade para o Estado”, disse o secretário.
De acordo com Manoel Altamir Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Empresas de Reparação de Veículos (Metal-Repa), a ajuda do Governo é essencial para mudar a realidade da categoria. “Desde 2001 instruímos os trabalhadores para que exijam o registro na carteira profissional, mas sentimos que era preciso a ajuda de todos, governantes, clientes e patrões, para alcançar grandes resultados”, disse.
Segundo dados do Metal-Repa, o número de procura por conciliações prévias feitas por funcionários sem registro aumentou nos últimos anos. Em 2005 eram 33% do total de processos, em 2006 subiram para 36% e no ano passado chegaram a 40% do total. As conciliações feitas pelo sindicato são uma flexibilidade dada pelo governo federal e permite que funcionários e chefes entrem em acordo através dos seus sindicatos, sem precisar de um juiz, o que dá maior agilidade nos processos trabalhistas.
Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Reparação de Veículos (Sindirepa), Wilson Bill, o número de trabalhadores informais é muito grande e difícil de ser definido, já que em média estas empresas têm seis funcionários na informalidade. Ele chama atenção, também, para o grande número de funcionários com registro parcial, ou seja, aqueles que passam anos trabalhando sem registro e depois são registrados por algum tempo para que a empresa não corra riscos.
O empresário conta que o trabalho não registrado causa inúmeros problemas para o empregador honesto. Segundo ele, um dos maiores prejuízos que as empresas legais têm é a concorrência desleal. Outro grande problema é a falta de mão-de-obra qualificada, já que a maioria dos trabalhadores prefere o salário pago na informalidade que a segurança do registro em carteira.
A preocupação dos sindicatos é que estes funcionários pensam apenas no lucro do presente e esquecem a segurança do futuro, que só a carteira de trabalho garante. O Metal-Repa lembra que além dos benefícios assegurados por lei, como direito a seguro-desemprego, aposentadoria, Fundo de Garantia, entre outros, a carteira garante os benefícios da convenção coletiva da categoria, como vale-refeição, reajuste salarial na data-base, e horas-extras.
Oficinas mecânicas do PR aderem à campanha pela carteira assinada
Mais de 70% das oficinas mecânicas de Curitiba e Região Metropolitana não assinam a carteira de trabalho de seus funcionários. A conclusão é dos sindicatos patronal e dos trabalhadores no setor
Publicação
11/03/2008 - 15:10
11/03/2008 - 15:10
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