Uma iniciativa do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), em parceria com a Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Superior, está levando qualificação e abrindo novas perspectivas de emprego em Pato Branco, na região Sudoeste do Estado. O projeto “Oficina Volante de Inclusão Sócio-Tecnológica do Setor Vestuário”, um ônibus que circula pela cidade com professores e equipamentos, vídeos e apostilas para ensinar o ofício, já qualificou novos profissionais e ajudou na recuperação de empresas que estavam prestes a fechar as portas. O projeto leva tecnologia a empresas que precisam de mão de obra qualificada para aumentar sua competitividade e reduzir os custos da produção, através da redução das perdas. A Oficina Volante atende aos funcionários de pequenas e micro empresas, ou a costureiras isoladas que queiram melhorar a qualidade de seus produtos e serviços ou se organizar em cooperativas para expandir os negócios. O diretor-superintendente do Lactec, Aldair Rizzi, explica que o projeto conta com tecnologia para um aprendizado dinâmico de diversas funções da área de confecções. \"O curso ensina modelagem, costura e facção, e economiza tempo com o aprendizado, inclusive com técnicas de postura dos profissionais frente aos equipamentos\", conta. O acompanhamento dos técnicos do Lactec mostrou que um serviço que era feito por uma costureira em mais de uma hora chega a ser concluído na metade desse tempo após o curso. Segundo Rizzi, esse é um projeto pioneiro no Paraná e no Brasil. \"Todos os recursos são da Secretaria de Ciência e Tecnologia e do Lactec. Nós já atendemos a aproximadamente 60 costureiros e muitos deles foram empregados por pequenas e micro empresas\", explica. O projeto foi inaugurado em Pato Branco em agosto deste ano, com o objetivo de fortalecer a criação de um pólo têxtil no Sudoeste do Paraná. A Oficina Volante deve ser levada também a outras regiões do Estado. A intenção do Lactec é criar novas oportunidades para o pequeno produtor, afirma Rizzi. \"Esse é um projeto que reflete a orientação do governador Requião em levar tecnologia não só às grandes empresas, mas também às micro e pequenas empresas, que são as que realmente geram empregos no Paraná\", diz ele. Recuperação – A qualificação da mão de obra ajudou algumas empresas a montar seus quadros profissionais e recuperar as atividades que estavam deixando. Um exemplo é a Zassi Trend Facção, que hoje monta peças de uniformes para a Marinha do Brasil. A empresa contava com apenas quatro profissionais até agosto deste ano e ia encerrar as atividades por falta de pessoal qualificado para trabalhar na produção. Hoje conta com a mão de obra de 14 profissionais e pretende aumentar esse número no ano que vem. O proprietário Sidinande Zamarchi explica que a produção estava muito baixa antes do auxílio da Oficina Volante. \"Nós tínhamos uma produção de aproximadamente 300 peças por mês. O nosso pessoal ainda está recebendo treinamento, mas quando estiverem todos aptos, a previsão é de produzir cinco mil peças mensalmente\", diz. Segundo Sidinande, a perspectiva é de que a empresa chegue a 50 postos de trabalho. Ele espera ainda que o Sudoeste se firme como mais um ponto no Estado para a produção das confecções e gere muitos empregos para a região. \"Esse projeto trouxe a possibilidade de pequenas empresas ,como a minha, se organizarem em grandes cooperativas para a criação de um novo pólo da indústria têxtil aqui em Pato Branco\", afirma o empresário.