Oeste do Paraná terá projetos para recuperar áreas de lavra de argila

O objetivo é minimizar os danos causados ao meio ambiente pela mineração.
Publicação
02/05/2008 - 11:00
Editoria
O Sindicato das Indústrias Cerâmicas e de Olarias de Nova Santa Rosa (Sindicer/Oeste-PR) e a Cooperativa dos Ceramistas do Iguassu (Cooceri) vão contratar pelo menos dois planos de recuperação de lavras de argila, na região Oeste do Paraná, para minimizar os danos causados pela mineração ao meio ambiente. A medida foi decidida em reunião entre geólogos e técnicos da Mineropar com representantes do sindicato, cooperativa e do Sebrae de Cascavel. No encontro, foram discutidos os processos de liberação de áreas de argila sob a fiscalização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) naquela região e outras próximas ao Parque Nacional do Iguaçu, controladas pelo Ibama. A Mineropar recomendou que a extração de argila na região cause o menor impacto possível ao meio ambiente. Segundo o diretor-presidente da empresa, Eduardo Salamuni, o objetivo da Mineropar é, justamente, “respeitar o meio ambiente na extração e exploração de minérios e minerais no Estado do Paraná”. A Mineropar decidiu ainda que irá detalhar uma pesquisa, iniciada em 2004 pelos técnicos e geólogos da empresa, com o objetivo de apontar os locais apropriados para os mineradores requererem áreas de lavra de argila na região Oeste. Os técnicos do Serviço de Laboratório da Mineropar (Selab), em Curitiba, já iniciaram a análise das argilas existentes na região. Recuperação ambiental – Segundo o presidente do Sindicer/Oeste-PR e vice-presidente da Cooceri, Lairton Simonatto, as propostas de recuperação ambiental dos mineradores são construir tanques de pisciculturas e plantar árvores em 20% das áreas de exploração de argila, transformando-as em reserva legal. Cerca de 100 microempresas familiares exploram atualmente argila na região Oeste e Sudoeste do Estado. A maioria delas trabalha no regime de arrendamento, por meio de contrato com agricultores e fabricam telhas e tijolos. Os mineradores de argila da região enfrentam duas grandes dificuldades, na avaliação de Simonatto: o rigor da legislação ambiental e a localização das minas em áreas do programa Bacia do Paraná 3, de proteção às águas da região, executado pelo IAP e pela Itaipu Binacional. Ele acredita que os planos de recuperação ambiental vão amenizar o impacto causado no meio ambiente da região. Alemanha – A Cooceri está interessada em montar uma empresa de produção de tijolos em parceria com a Brinkhege Engineering Gmbh. A empresa alemã manifestou à Mineropar seu interesse em encontrar parceiros para a produção de “sandi lime bric”, ou seja, tijolos feitos à base de areia e argila, utilizados na construção civil européia. Segundo Simonatto, a cooperativa é nova na região, e a parceria com os alemães poderá garantir uma fatia do mercado europeu e proporcionar o desenvolvimento de produtos diferenciados para atender o Estado do Paraná.

GALERIA DE IMAGENS