O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, declarou nesta quarta-feira (17), em Brasília, que considera “importante a união da bancada paranaense”, na Câmara dos Deputados, em torno da urgência de incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da União recursos prioritários para a viabilizar a construção dos novos ramais da Ferroeste. “Estamos apoiando este projeto”, afirmou. “Se o Governo do Estado conseguir viabilizar esse importante projeto – justificou – teremos uma alternativa de transporte ferroviário, sem atrelamento a uma única empresa”.
O presidente da Ocepar enfatizou que as cooperativas e os produtores paranaenses, a fim de aumentar a competitividade do setor no mercado externo, precisam reduzir os custos do transporte ferroviário. “Hoje estamos na mão da ALL”, advertiu (A ALL é a empresa privada concessionária dos trechos da antiga estrada de ferro da Rede Ferroviária Federal no Paraná). “Essa concessão engessou o transporte ferroviário no Paraná”, lamentou Koslovski. Segundo ele, como atualmente uma única empresa domina a logística de transporte ferroviário no Estado, “não existe concorrência para reduzir custos”.
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes – que está em Brasília para conversar com deputados paranaenses no sentido de pedir empenho na priorização de recursos para a ferrovia – explicou que o governador do Estado decidiu sugerir à bancada concentrar seus esforços na aprovação de emendas para os novos ramais. Gomes foi ao Distrito Federal numa missão de convencimento dos parlamentares, por determinação do governador Roberto Requião. O presidente da Ferroeste estará reunido ainda hoje com os parlamentares da bancada paranaense, em Brasília. Gomes ressaltou que o secretário do Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, Enio Verri, também está empenhado na unidade da bancada em torno do projeto da ferrovia, com prioridade para o ramal Guarapuava-Paranaguá.
OCEPAR - O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, considera importante a construção os novos ramais da ferrovia, “principalmente neste trecho entre Guarapuava e Paranaguá”. Segundo ele, a entidade também vai “entrar em contato com deputados” de sua base para pedir apoio à inclusão da ferrovia paranaense no orçamento da União. “A alocação de recursos vai viabilizar a execução da ferrovia”, justificou.
Koslovski defende a tese de que uma ferrovia pública, como é o caso da Ferroeste, gerida pelo Estado “tem interesse em reduzir os custo para o produtor”. O dirigente cooperativista acredita, além disso, que uma segunda ferrovia, operada por empresa pública, vai aumentar “o poder de barganha dos produtores” e reduzir o preço do transporte.
“Hoje quem fixa o preço é quem administra a concessão”, acentua Koslovski, referindo-se à operadora privada ALL, sendo a referência do preço o frete do caminhão. “O preço do frete ferroviário, baseado no do frete rodoviário, não corresponde às necessidades econômicas do Estado”, ressalta. Toda empresa tem que ter ganhos, reconhece o dirigente, “mas desde que seja um ganho razoável, baseado no custo efetivo do frete ferroviário”, concluiu.
PRIORIDADE DE GOVERNO – O governador Roberto Requião que, segundo Gomes, pretende estruturar até 2010 o financiamento da obra e os projetos de engenharia necessários à licitação dos novos ramais, havia pedido em reunião, no Palácio das Araucárias, dia 2 passado, para que fossem acelerados os projetos de expansão da ferrovia, com prioridade para o trecho Guarapuava-Paranaguá.
O governador também determinou a apresentação dos projetos da companhia na Escola de Governo, o que ocorreu no dia 9, oportunidade em que diversas forças sociais organizadas manifestaram publicamente seu apoio ao projeto, entre elas, além da Ocepar, o Conselho Regional de Engenharia (Crea), o Sindicato dos Engenheiros (Senge) e o Departamento de Engenharia do Exército, assim como produtores paraguaios, prefeitos do Paraná e o secretário dos Transportes do Mato Grosso do Sul, Edson Giroto.
Segundo Samuel, a ampliação dos ramais da Ferroeste vai beneficiar o escoamento da produção, baratear o transporte e facilitar a importação de implementos, calcário e fertilizantes na área de influência da Ferroeste, no Oeste e Sudoeste do Paraná, além do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai. Com o Mato Grosso do Sul será feita a expansão de Cascavel (PR) a Maracaju (MS), passando por Guaíra (PR) e Mundo Novo (MS).
Com o Governo Federal e o Paraguai será definida a construção do ramal Cascavel-Foz do Iguaçu-Paraguai. Também já existe estudo de pré-viablidade da ligação pelo Sudoeste paranaense até o Oeste de Santa Catarina. Para que esses ramais se viabilizem, explica o presidente da Ferroeste, é preciso viabilizar o trecho Guarapuava-Porto de Paranaguá e superar o gargalo logístico da atual ferrovia administrada pela ALL.