A Sanepar já contribui na preparação de Curitiba para sediar jogos da Copa de 2014. Apenas com as obras em andamento - e que serão concluídas no próximo ano -, os investimentos chegam a R$ 199,5 milhões. Os recursos são financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida da empresa. Antes mesmo de a cidade ser lançada como candidata, a companhia iniciou a ampliação dos sistemas de abastecimento de água tratada e de coleta e tratamento do esgoto sanitário. De 2003 a 2009, foram destinados R$ 502,8 milhões para atender as necessidades de Curitiba. Apenas em obras de esgoto os investimentos totalizam R$ 211,6 milhões. Até o fim do próximo ano, a Sanepar ampliará a rede de água em mais 98 quilômetros e a de esgoto em 571 quilômetros. Isto representa 20 mil novas ligações de água e outras 37 mil de esgoto. As obras permitirão ainda a construção de cinco reservatórios de água com a capacidade total de 14 mil metros cúbicos. As obras abrirão 34 mil vagas de empregos diretos e indiretos. MELHOR – De acordo com o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, “Curitiba será a capital com os melhores índices de cobertura em saneamento básico. Atualmente, 100% da população urbana já recebe água tratada e 89% dos moradores curitibanos já contam o serviço de coleta e tratamento de esgoto.” O índice de cobertura já existente em Curitiba está bem acima dos 65% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também supera a meta de atendimento de 86%, estipulada no contrato firmado entre o município e a Sanepar. Esta deveria ser alcançada em 2015. A meta seguinte - atender mais de 90% da população com coleta e tratamento de esgoto em 2020 - será superada em 2010. Os projetos trazem um diferencial. A definição dos investimentos em esgotamento sanitário foi estabelecida seguindo-se confrontações das bacias hidrográficas. Como a maioria das bacias não respeita os limites municipais, o atendimento foi pensado da nascente a foz dos rios, priorizando as áreas de mananciais de abastecimento. Assim, os problemas de saneamento que impactam Curitiba são tratados além das suas divisas geográficas e englobam outros municípios. BACIAS – Na bacia do Passaúna serão implantados 58 quilômetros de rede de esgoto para oferecer cerca de 2,75 mil novas ligações. Essas obras estão em Campo Magro, nos bairros Jardim Bom Pastor, Cecília e, em fase de conclusão, no Butiatuvinha. E em Campo Largo, no bairro Pinheirais. Elas ajudarão a proteger os mananciais que formam a represa do Passaúna, usada no abastecimento de Curitiba. Foram selecionados pontos críticos de poluição ao longo bacia do Rio Barigüi, desde a montante de Almirante Tamandaré até sua foz no Rio Iguaçu, em Araucária. Serão 207 quilômetros de rede de esgoto propiciando 11 mil e 155 novas ligações. As obras atenderão áreas problemáticas, como os bairros Tranqueira, em Almirante Tamandaré, e Pilarzinho, em Curitiba, e ajudarão nos projetos de revitalização de ocupações urbanas na CIC. Ao todo, a população de 26 bairros nessa bacia será beneficiada. Na bacia do Rio Belém, além de troca de 24 quilômetros de tubos antigos no Centro, haverá obras em realocações urbanas esparsas e nos bairros Bacacheri, Ferrovila e Parolim. 83 quilômetros de rede de esgoto possibilitarão 4 mil novas ligações numa das regiões mais problemáticas da capital com lançamento irregular de esgoto. As obras na Bacia do Rio Atuba, como as construções de uma estação elevatória de esgoto, do interceptor do Alto Maracanã,de 10 quilômetros de extensão, e de um coletor com cerca de 13 quilômetros de tubos, abrirão uma nova perspectiva de saneamento para a Região Norte da Capital. Essas obras viabilizam a implantação de 124 quilômetros de rede de esgoto e 6 mil novas ligações intradomiciliares, beneficiando os bairros Santa Cândida e Cajuru, em Curitiba, além de outros seis em Almirante Tamandaré e Colombo. O Jardim Paranaense, na bacia Padilha, receberá 37 quilômetros de rede de esgoto com 1,85 mil novas ligações intradomiciliares. Na bacia do Rio Iguaçu se encontra um dos principais projetos de reurbanização de Curitiba: a readequação do bolsão urbano Audi-União. E a Sanepar atua no projeto com a implantação de 49 quilômetros de rede de esgoto, com 1,77 mil novas ligações de imóveis. Ainda nesta bacia serão implantados outros 117 quilômetros de rede esgoto, com cerca de 5,6 mil novas ligações prediais em 11 bairros diferentes. O destaque é o conjunto de obras no Jardim Pantanal, visando a proteção das áreas do Parque Iguaçu e do Zoológico, e nos bairros Ganchinho e Umbará. As obras realizadas aí possibilitarão a recuperação do recém-inaugurado Parque Lago Azul. CONCLUÍDOS – Atualmente, o sistema de coleta de esgoto de Curitiba é formado por 5,5 mil quilômetros de redes que levam os resíduos domésticos até uma das cinco grandes estações de tratamento. Atuba Sul, Belém, Padilha Sul, Santa Quitéria e CIC-Xisto. Na capital do Estado, a média mensal de esgoto tratado é de 6,9 milhões de metros cúbicos. Essa infraestrutura, aliada à mobilização da sociedade, por intermédio do programa Se Ligue na Rede e ações de educação socioambiental, têm contribuído para melhorar o tripé urbanização, saúde e proteção ambiental. Exemplo disso são os resultados obtidos na Bacia do Rio Belém. Hoje, da nascente até o Parque São Lourenço, o retorno de algumas espécies de peixes já é realidade. De 2003 a 2009, houve um acréscimo de quase 33% no número de habitantes atendidos com a coleta e o tratamento do esgoto sanitário. São 1 milhão e 631 mil pessoas beneficiadas. Stênio enfatiza, também, que a participação da Sanepar na transformação de Curitiba vai além dos canteiros de obras. Em cada projeto, a companhia agrega o trabalho de educação socioambiental. O objetivo é conscientizar a população sobre o uso racional da água e a conservação dos mananciais através da rede esgoto. Em dois anos, foram 8 mil ações desse tipo.