OPO do Hospital do Trabalhador já capta órgãos para transplantes

A equipe da organização monitorou por três dias um paciente de 54 anos que foi hospitalizado na UTI com trauma grave
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23/12/2010 - 17:50
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Dez dias após inaugurada, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital do Trabalhador intermediou a sua primeira captação de órgãos. A equipe da organização monitorou por três dias um paciente de 54 anos que foi hospitalizado na UTI com trauma grave.
Depois da confirmação da morte encefálica, na noite de quarta-feira (22), a esposa, em concordância com as duas filhas, autorizou a doação dos rins, do fígado, e de tecidos, como globos oculares, ossos e válvulas cardíacas. O processo de retirada dos órgãos e dos tecidos começou na madrugada desta quinta-feira (23).
O Hospital do Trabalhador é uma das principais referências para atendimento de traumas em Curitiba e na Região Metropolitana. “Infelizmente, a dor para quem perde um ente querido é muito grande. Mas a possibilidade de transformar esta dor em vida é o que deve mover as pessoas e as equipes das OPOs darão o suporte necessário para que a doação autorizada se concretize”, afirmou o secretário da Saúde, Carlos Moreira Júnior.
Moreira ressaltou que apenas uma a cada quatro possíveis doações se converte em transplante de órgãos no Paraná. “Com a instalação das OPOs, a expectativa é que o número de transplantes de órgãos seja ampliado significativamente”, enfatizou.
A coordenadora da OPO de Curitiba, a neurologista Nazah Cherif Youssef, explicou que assim que a morte cerebral é confirmada dentro do protocolo, a família é abordada, e se houver concordância, a Central de Transplantes é notificada.
“Acompanhamos em média 15 pacientes neurológicos por dia. Quando a morte encefálica deste paciente foi confirmada, acolhemos a família e esclarecemos as dúvidas quanto à doação. Paralelo a isso, a equipe da UTI trabalhava para manter os órgãos em condições de serem transplantados”, relatou.
OPOs - No dia 13 deste mês, dia do aniversário de 15 anos da Central de Transplantes, o Governo implantou seis Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). Elas estão sendo instaladas em Curitiba – no Hospital do Trabalhador, na Região Metropolitana – no Hospital Angelina Caron, que fica em Campina Grande do Sul, no Hospital Regional de Ponta Grossa e nas Regionais de Saúde de Maringá, Cascavel e Londrina.
As OPOs vão ajudar na identificação de possíveis doadores de órgãos e tecidos e na manutenção destes doadores até que o órgão seja retirado. A equipe também ficará responsável pela abordagem à família. Cada OPO terá um médico coordenador, seis enfermeiros e dois técnicos administrativos. A equipe também será responsável pela notificação do possível doador à Central de Transplantes.
Desde que a Central de Transplantes foi criada, em 1995, já foram realizados mais de 22 mil transplantes de órgãos e tecidos. Somente em 2010, foram realizados mais de mil transplantes. Atualmente cerca de três mil pessoas esperam na fila por um órgão.

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