“O crescimento das cooperativas paranaenses”

Artigo assinado por Luiz Claudio Romanelli, advogado, especialista em gestão urbana, deputado estadual, vice-presidente do PMDB do Paraná e líder do Governo na Assembleia Legislativa
Publicação
16/03/2009 - 15:43
Editoria
Todos sabem que a produção de alimentos, somada aos investimentos na produção, diminuição dos juros e ampliação do crédito, será o melhor antídoto para crise. E o Paraná tem um exemplo emblemático: as cooperativas agrícolas. A Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) divulgou há pouco que o setor faturou em 2008 perto de R$ 25 bilhões - 36,9% mais do que em 2007. Desse total, o setor agropecuário respondeu por R$ 23 bilhões. Esse crescimento é acompanhado pela geração de empregos. Só no ano passado, o setor gerou quatro mil novas vagas. No conjunto, as cooperativas paranaenses empregam 1,25 milhão de pessoas. A tendência, apesar da crise, é da manutenção dos postos de trabalho. No tocante ao comércio exterior, os números também são muito promissores. Em 2008, as cooperativas paranaenses venderam no comércio internacional US$ 1,4 bilhão, uma alta de 37% sobre o ano anterior. O índice supera o crescimento nacional das cooperativas (21%) e coloca o Paraná à frente inclusive das cooperativas paulistas, tradicionais líderes em exportações. Diversos fatores explicam a pujança das cooperativas paranaenses, mesmo em meio à crise econômica internacional e a uma estiagem que afeta várias regiões do Estado. As cooperativas do Paraná têm uma forte presença no mercado internacional, com contratos sólidos, como realça a Ocepar. Assim, mesmo com uma eventual diminuição dos empregos em regiões como Sudoeste e Noroeste, onde a estiagem ameaça a safra, os empregos de modo geral deverão ser mantidos. Como os negócios se expandem, as cooperativas acabam aproveitando a mão-de-obra momentaneamente ociosa em outras áreas. Um outro elemento é a diversificação da produção, muito maior do que no Estado de São Paulo, que se concentra nos derivados de cana-de-açúcar. No Paraná, as cooperativas, além da produção sucro-alcooleira, destacam-se também nas carnes, derivados de soja e grãos em geral. Crescimento dos negócios com manutenção e ampliação de empregos. Esta é a chave. A C.Vale, de Palotina, é um exemplo. A cooperativa criou 292 novos empregos em 2008, atingindo 3.250 funcionários no complexo avícola e 1.460 nas demais atividades. Em 11 anos, o número de empregos da C. Vale foi quadruplicado. A Cocamar, de Maringá, gerou 200 novos empregos, e, com a construção de uma nova unidade de geração de energia elétrica em seu parque industrial, em junho, novos postos de trabalho serão criados. A Coopcana, de São Carlos do Ivaí, criou 50 novos postos de trabalho em 2008 e deve passar em 2009, dos atuais 2.880 funcionários, para 3.200. Processo semelhante ocorre na Coamo (Campo Mourão), Lar, Copacol e outras. A Secretaria da Indústria e Comércio do Paraná, o governo trabalha para ajudar as cooperativas a atingir e consolidar-se no mercado externo, por meio do aumento da competitividade e maior capacitação dos profissionais. O desempenho das cooperativas também expressa o crescimento geral da economia do Paraná, que registrou em 2008 uma alta de 23,4% em suas exportações, na comparação com o ano anterior. Foram R$ 15,2 bilhões exportados, contra R$ 14,5 bilhões de importações, que também tiveram crescimento. Com isso, o saldo comercial do Paraná ficou em R$ 677 milhões. Todos esses dados mostram que o Paraná está no caminho certo e as cooperativas do Paraná são as que têm maior fôlego para enfrentar a crise econômica, mantendo a produção, os empregos, e a pujança do setor. Luiz Claudio Romanelli, 50, anos, advogado, especialista em gestão urbana, deputado estadual, vice-presidente do PMDB do Paraná e líder do Governo na Assembleia Legislativa