As polícias Militar e Civil começaram a utilizar nesta quinta-feira (12) os novos equipamentos que permitem detectar em segundos irregularidades em veículos. Os 40 laptops passam a ser usados em blitze conjuntas de trânsito e vão agilizar ainda mais o trabalho das duas instituições na hora da verificação e identificação de veículos furtados ou roubados ou que não estejam em situação regular.
Neste primeiro dia do uso computador portátil, em uma hora de operação foi possível triplicar o número de consultas ao sistema. “A consulta que era feita aos cadastros via telefone ou rádio demorava entre 10 e 15 minutos. Agora, temos condições de ver, na tela, em segundos, se há algo errado em relação ao veículo ou com a documentação do motorista, que também espera menos tempo parado na blitz”, avaliou o comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito da PM, tenente-coronel Altair Mariot.
O delegado-titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Hamilton da Paz, tem certeza que o sistema facilitará muito o trabalho de suas equipes de investigação. “Poderemos consultar a numeração identificadora dos veículos não se atendo apenas às placas e facilitando a recuperação de veículos”, disse. Tanto o coronel Mariot quanto o delegado Hamilton acompanharam uma das blitze, em Curitiba.
Economia – Os computadores portáteis usam um sistema criado pela Companhia de Informática do Paraná (Celepar), com software livre. Eles substituem o sistema de fiscalização digital, que funcionava no governo anterior junto ao Detran, ao custo de R$ 500 mil por mês. Esse desembolso era feito para o consórcio Paraná Mais Seguro, que mantinha apenas 12 equipamentos móveis funcionando. O novo sistema vai ter o custo inicial de R$ 160 mil, correspondente à compra dos 40 laptops, e será utilizado sem custo nenhum para o Estado.
O lançamento do programa de detecção de irregularidades ocorreu simultaneamente em Curitiba e na Região Metropolitana, com 14 pontos de bloqueios, e ainda em Foz do Iguaçu (10 pontos) e Londrina (8 bloqueios). Conforme o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel David Antônio Pancotti, 20 equipamentos estão sendo usados nestes municípios e outros 20 serão disponibilizados para utilização em outras cidades do Estado conforme a necessidade.
O delegado Hamilton disse que a Polícia Civil também receberá laptops. “A Polícia Militar faz o trabalho preventivo e ostensivo e ainda atua em relação às questões administrativas junto ao Detran. Da nossa parte, evitaremos o contato via rádio, que pode ser interceptado pelos marginais”, comentou o delegado.
Tecnologia – Com o laptop os policiais têm acesso direto ao banco de dados da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Detran, através de um software desenvolvido pela Celepar especialmente para esta finalidade. Mesmo quem foi parado na blitz por problemas com o veículo aprovou mais esta iniciativa do governo estadual de combate à criminalidade.
O veículo do motoboy Rangel Azevedo Cipriano foi parada porque os policiais viram, numa primeira análise, que a lanterna da sinalização estava irregular. Com os documentos pessoais dele em ordem, veio a surpresa: o sistema acusou que a placa era clonada. Ele contou que teve a placa da moto furtada. “Tenho o boletim de ocorrência. O sistema acabou me ajudando pois agora a policia vai atrás de quem está com a placa igual. Os ladrões vão ficar sem saída”, comemorou o rapaz.
Só num dos pontos de bloqueio montados em Curitiba foram fiscalizados diretamente pela Polícia Militar 70 veículos, dos quais 23 receberam uma verificação mais rigorosa também por parte da Polícia Civil, além das informações repassadas pelo próprio sistema. Sete veículos tiveram que ser removidos ao pátio do Detran porque foram detectadas infrações de trânsito nas quais cabe a apreensão.
Irregularidades – Cinco proprietários tinham dívidas com relação a IPVA, licenciamento ou seguro obrigatório. Houve também dois casos de placas clonadas. E um dos condutores estava com a habilitação falsa. No nome dele não consta habilitação no cadastro. Quando os policiais digitaram o número da carteira descobriram que a mesma está no nome de uma outra pessoa. Ele foi encaminhado para a delegacia para prestar esclarecimentos.
Conforme o coronel Pancotti, o sistema veio para dar mais segurança aos proprietários de veículos. O coronel Mariot, que comanda o BPTran, aproveitou para fazer um alerta. “Orientamos condutores e proprietários que procurem andar com seus veículos e documentos em conformidade com a lei para evitar que, ao ser abordado numa destas blitze, tenha o carro removido ao pátio do Detran”, alertou.
Caso seja apreendido o veículo, além de ter que quitar os débitos, o proprietário ainda terá que arcar com outras despesas. A remoção tem taxa de R$ 30,38 e cada dia de permanência no pátio custa R$ 10,13. Conforme Hamilton da Paz, além das operações conjuntas com a Polícia Militar, os laptops estarão com as equipes da Polícia Civil que fazem o trabalho de investigação de crimes e poderão chegar com mais facilidade aos marginais.
Novos laptops ajudam polícia em blitze de trânsito
As polícias Militar e Civil iniciaram o trabalho conjunto para encontrar carros roubados ou com irregularidades, usando os novos equipamentos
Publicação
12/02/2004 - 00:00
12/02/2004 - 00:00
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