Nomes da música internacional participam da Orquestra Sinfônica

No programa desta quarta-feira (25) estão obras de Beethoven, Bloch e Guarnieri
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23/11/2009 - 15:30
Editoria
Dois grandes nomes da música internacional, a violinista Tânia Camargo Guarnieri e o maestro Janos Acs, participam do concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná, nesta quarta-feira (25), às 20h30, no grande auditório do Teatro Guaíra. No programa, estão as obras “As Criaturas de Prometeu (Abertura em dó maior op. 43), de Ludwig van Beethoven; “Baal Shem”, de Ernest Bloch (violino solo: Tânia Camargo Guarnieri); “Abertura Concertante” e “Concerto para cordas e percussão”, de Camargo Guarnieri. Tânia Guarnieri, filha de um dos mais importantes compositores brasileiros, Camargo Guarnieri, de quem herdou o grande amor à arte, mostra todo o seu talento e habilidade tocando seu violino “Carlo Bergonzi de 1733”. Desde 1996 mora na Itália, onde continua desenvolvendo intensa atividade não somente como solista e camerista, mas também com um duo formado com o violonista Francesco Biraghi. Mesmo distante do Brasil, ela constantemente faz apresentações em sua terra natal com diversas Orquestras. Nos últimos anos tem se apresentado também em vários países, como Israel, Hungria, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Portugal, Síria, Albânia e Sérvia. Um ano após mudar-se para Itália retornou ao Rio de Janeiro para gravar as Sonatas para violino e piano, composições de seu país ao lado da pianista, Laís de Souza Brasil. O CD foi distribuído na América do Sul e Estados Unidos, com grande sucesso de público e de crítica. O segundo CD denominado “Henosis”, foi gravado com o duo. Este com obras de Paganini e transcrições de obras de Camargo Guarnieri. Em 2005, gravou ao vivo o concerto “Chamego”, para violino, violão e orquestra, de Jaime Zenamon, com o violinista polonês Krzysztof Pelech, sob regência de Janos Acs. MAESTRO – Janos Acs é italiano, mas tem origem húngara. Músico de renome internacional, tem mais de 25 anos de experiência teatral e atualmente diretor artístico da Academia Musicae Pro Mundo. Em sua carreira regeu todas as óperas de Bellini, Puccini e 17 títulos de Verdi. No Grammy Awards de 1998, em Nova York, regeu a orquestra e o coro do Metropolitan Opera House, acompanhando Aretha Franklyn, ícone da música negra norte-americana. Desde 1991, foi maestro e colaborador de Luciano Pavarotti. Os últimos concertos foram em Chicago (2000), Pequim e Hong Kong (2001), tournée no Japão e Koreia (2002), Bath, Inglaterra, e Columbus, EUA (2003), Monterrey, México, (2005). Seu nome é requisitado para ministrar master class de óperas junto a importantes cantores. Desde 2002, colabora com Andrea Bocelli. Em 2005, regeu a edição extraordinária da ópera Turandot, de Puccini, com a direção de Zhang Yimou, no Stade de Frande em Paris, no Estádio Olímpico de Shalke, na Arena de Gelsenkirchen e no Estádio Olímpico de Munique. REPERTÓRIO – Para compor o repertório do concerto, Janos Acs escolheu os compositores Beethoven, Ernest Bloch e Camargo Guarnieri. A abertura de “As Criaturas de Prometeu”, de Beethoven, peça escrita para balé em 1801, inspirada no mito do titã grego que roubou o fogo divino para dá-lo aos homens permitindo a eles diferenciarem-se dos outros animais. A segunda obra é de Ernest Bloch, que compôs seu “Baal Shem”, três imagens de Hassidic Life em 1923, ano em que obteve a cidadania americana. Junto a suas obras mais conhecidas Schelomo e Rhapsody para violoncelo e orquestra, seus três momentos de vida judaica ortodoxa, meditação hebraica e o Serviço Sagrado de 1930, o tríptico Baal Shem pertence a um gênero distinto e inconfundível de peças. “Baal Shem” é composto por: I. “Vidui” (contrição) - Un poco lento; II. “Nigun” (Improvisação) -- Adagio non troppo; III. “Simchas Torah” (Júbilo) -- Allegro giocoso. Como Erik Levi escreve: “Nigun é a composição mais extrovertida. Aqui, Bloch tenta recriar a sensação de êxtase religioso através de um canto altamente carregado e linha melódica ornamentada que ascende a um passo de febre, de intensidade espiritual, antes de morrer, longe de um fim suave. Em Vidui, momento precedente, o fervor de um pecador ao voltar-se para Deus, é evocado por uma cantilena de nobreza considerável. A seção final, Simchas Tora, que é inspirada no momento que Moisés outorga a tocha aos filhos de Israel, é um momento de entusiasmo, otimismo e alegria”. Apesar da trilogia ter sido originalmente escrita para violino e piano, uma versão para violino e orquestra foi realizada pelo próprio Bloch em 1939. De origem Suíça, o compositor Ernest Bloch regressou aos Estados Unidos logo após a Segunda Guerra Mundial, permanecendo entre 1942 e 1952, na Universidade de Berkeley. Influenciado por Richard Strauss e Claude Debussy, Bloch explorou em sua música a pesquisa de suas raízes hebraicas, tanto nas entonações melódicas, quando nas escolhas dos assuntos (Schelomo, Sinfonia Israel). Apesar da trilogia ter sido originalmente escrita para violino e piano, uma versão para violino e orquestra foi realizada pelo próprio compositor em 1939. As outras duas obras são do compositor brasileiro, Camargo Guarnieri. “Abertura Concertante” composta em 1942 e dedicada ao compositor americano Aaron Copland. É uma obra vigorosa rica em nuances. Dividida em três seções e funciona como um prelúdio para sua obra sinfônica, demonstrando sua maturidade e maestria na arte da composição. Foi escrita por encomenda pela presidente da Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, Esther Mesquita. Estreou em 2 de junho de 1942 no Teatro Municipal de SP sob a regência do maestro João de Souza Lima. Já o “Concerto para Cordas e Percussão” foi composta em 1972. É uma obra da fase de plena maturidade do compositor. O modalismo e a forte caracterização da música nordestina, presentes no primeiro e último movimentos, já não eram enfatizados nessa fase da obra de Guarnieri. Sua ocorrência nesta obra se deve ao fato de ter sido encomendada pela Orquestra Armorial de Câmara de Pernambuco, e a ela destinada. O compositor dedicou à memória de sua mãe o segundo movimento, “Saudoso”, e esta é certamente a razão de sua força expressiva. Ingressos: antecipado - R$ 20,00 (plateia) e R$ 10,00 (1º e 2º balcões), no dia do concerto - R$ 30,00 (plateia) e R$ 20,00 (1.º e 2.º balcões). Desconto de 50% para portadores do Cartão Teatro Guaíra.

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