"Nascer no Paraná - Direito à Vida" é lançado pelo governo em Foz do Iguaçu

O programa foi inspirado no trabalho realizado pela médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança
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10/02/2010 - 11:00
Editoria
Com o objetivo de reduzir os índices de mortalidade materna e infantil no Paraná a números de um dígito, o secretário da Saúde, Gilberto Martin, lançou nesta terça-feira (9), em Foz do Iguaçu, o programa Nascer no Paraná - Direito à Vida. Com a presença de líderes da Pastoral da Criança, instituição que inspirou o Governo do Paraná a criar este programa, os prefeitos dos municípios da 9ª Regional de Saúde assinaram o pacto de cooperação, que envolve a mobilização da sociedade civil em cada município. O secretário Gilberto Martin lembrou que o programa foi inspirado no trabalho realizado pela médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança - primeiro programa rigoroso para redução da mortalidade infantil. "O objetivo é reduzir os coeficientes de mortalidade no Estado para apenas um dígito. E para isto contamos com colaboração de representantes de toda a sociedade nos Comitês Municipais de Mobilização pela Redução da Mortalidade Materna e Infantil", disse Martin. Hoje, no Paraná já existem cerca de 300 comitês municipais mobilizados na redução da mortalidade materno-infantil. O programa Nascer no Paraná - Direito à vida é norteado por seis passos simples, inspirados nas ações da Pastoral da Criança, que podem ser realizados em todas as cidades, e assim evitar mortes de crianças e mães e também permitir mais qualidade de vida. Entre as ações do programa, o secretário destacou a implantação da realização de exames de urocultura, para identificar infecção urinária nas gestantes, que apesar de ter tratamento é uma das causas de partos prematuros e mortes. "Não podemos mais perder mães por causa da gravidez. Gravidez é vida e deve ser tratada assim", disse o secretário. O superintendente de Vigilância em Saúde da secretaria, José Lúcio dos Santos, afirmou que o Nascer no Paraná é uma política pública feita para continuar por outras administrações, como uma "semente de uma grande política para a redução de mortalidade materna e infantil". O secretário municipal de saúde de Foz do Iguaçu, Luis Fernando Zarpelon, lembrou que a cidade está conseguindo reduzir estes índices, e que com a colaboração do Estado espera "que as mortes registradas sejam apenas aquelas inevitáveis". Desde 2003 o Governo do Paraná têm realizado ações com o objetivo de reduzir os índices de mortalidade materna e infantil. Entre elas estão a disponibilização de 44 hospitais de referência para gravidez de risco, a construção de 347 Clínicas de Saúde da Mulher e da Criança, a implantação de Casas da Gestante e do programa Ser Mulher nos consórcios intermunicipais de saúde, o aumento de equipes da Estratégia de Saúde da Família e a ampliação do número de UTIs Neonatais em 89%. Além da política estadual de imunização, dos investimentos em saneamento básico, do incentivo ao aleitamento materno, da criação do programa Leite das Crianças e do fortalecimento da atenção básica e do pré-natal. (BOX) Os passos do Nascer no Paraná são: 1. Implantar Comitês Municipais de Mobilização pela Redução da Mortalidade Materna e Infantil para ampliar o envolvimento de todos os setores da sociedade nas ações de prevenção e assistência às gestantes e recém-nascidos, bem como o acompanhamento dos casos de óbitos para a redução da mortalidade materna e infantil no Paraná. 2. Organizar um sistema de busca ativa e cadastramento de todas as gestantes para assegurar o atendimento precoce no pré-natal, utilizando para isto campanhas informativas e educativas, capacitação de profissionais da saúde, bem como mobilização das diversas entidades da sociedade civil para maior acesso às gestantes. 3.Garantir pré-natal a todas as gestantes cadastradas para identificar gravidez de risco, com o mapeamento das unidades que fazem o pré-natal, levantamento das necessidades de capacitação profissional, preparação de manuais de procedimentos e atualização e formalização de protocolos necessários ao atendimento das gestantes. 4.Garantir referência pré-estabelecida para assegurar assistência ao parto e cuidados hospitalares à gestante, por meio da organização da rede assistencial, a formalização de encaminhamentos aos serviços e vinculação dos serviços de pré-natal aos hospitais e maternidades. 5.Incentivar a vigilância do recém-nascido para identificar riscos e implementar a assistência, com estímulo à criação de equipes para monitoramento dos nascidos, implantação de protocolo de classificação de risco do recém-nascido nos hospitais e de protocolo de acompanhamento diferenciado para recém-nascidos egressos de UTI neonatal.