A população do Paraná está aderindo voluntariamente ao programa Mutirão pela Vida, lançado na última quarta-feira (11) pelo governador Roberto Requião. Nos dois primeiros dias do programa, mais de 100 pessoas, de diversas localidades do Paraná, entraram em contato com o Detran/PR para oferecer seus trabalhos e solicitar material de divulgação do programa.
"Essa resposta imediata da população paranaense mostra que a opinião pública está realmente ansiosa por uma solução definitiva para o problema da violência no trânsito. E este é o maior objetivo do programa: envolver todos os paranaenses num único esforço de educação, formação e fiscalização", afirma Marcelo Almeida, diretor-geral do Detran/PR, órgão responsável pela coordenação do Mutirão pela Vida.
A maior adesão voluntária ao programa vem de empresas que possuem grande frota de veículos, como transportadoras e locadoras de automóveis. Essas empresas querem aderir ao Mutirão pela Vida, oferecendo material de educação e reciclagem aos seus motoristas e clientes.
Os Centros de Formação de Condutores também estão respondendo de forma positiva ao Mutirão pela Vida. Alberto Dagnoni, proprietário de uma auto-escola há 30 anos, em Curitiba, destaca que, mais que ensinar o jovem a dirigir, é preciso conscientizar os novos motoristas sobre a sua responsabilidade ao volante. "Uma vida que eu ajudar a salvar já vai ter valido todo o meu esforço por esse programa", destacou o empresário. Além de entregar material educativo aos seus alunos, Dagnoni quer participar de panfletagens em portas de bares nos fins de semana à noite. "É preciso alertar os jovens do perigo de dirigir embriagado", completou.
O programa também está recebendo a adesão de profissionais liberais, como a assistente administrativa Alessandra Zarpelon. "Eu quero contribuir com o programa na empresa em que trabalho, na minha família e também nos bares de Curitiba, já que eu saio muito à noite", disse a jovem de 25 anos. "Se todos colaborarem e tiverem bom senso é possível diminuir o número de acidentes e de mortes no trânsito", destacou.
De acordo com dados do Detran/PR, foram registrados 28.529 acidentes com vítimas no Paraná no ano passado, resultando em 1.500 mortes e 38.900 feridos. “Esse número não corresponde à realidade, pois contabiliza apenas as mortes ocorridas no local do acidente. Não existem dados de quantas pessoas morrem no hospital. De acordo com nossos cálculos o número vítimas fatais chega a mais de três mil”, disse Marcelo Almeida. Preocupada com esses números, Fabiane Degani decidiu participar do Mutirão. Ela já acompanhou de perto o choque causado por um atropelamento. Fabiane é dona de uma locadora de veículo e um cliente seu atropelou e matou uma pessoa. "Quero ter material educativo para entregar para meus clientes, para orientá-los e evitar acidentes", anunciou.
O programa Mutirão Pela Vida tem por objetivo diminuir o número de acidentes e mortes no trânsito do Paraná. Para isso, estão sendo desenvolvidas cinco ações: criação de um observatório de acidentes de trânsito; formulação de um programa de redução de acidentes fatais a partir do diagnóstico do observatório; desenvolvimento de um programa de educação para pedestres entre 0 e 14 anos e com mais de 50 anos; formação de técnicos de trânsito em todos os municípios do Paraná; e a paranização do Detran/PR.