Museu Oscar Nieyemer abre sábado exposição antológica de Niobe Xandó

Abertura será neste sábado (18), às 11 horas, para convidados e o público em geral. São 240 obras, entre pinturas, desenhos, colagens e objetos
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15/10/2008 - 12:10
Editoria
O Museu Oscar Niemeyer abre neste sábado (18), às 11 horas, a mostra individual da pintora e desenhista Niobe Xandó - Niobe Xandó mostra antológica - para convidados e o público em geral. São 240 obras, entre pinturas, desenhos, colagens e objetos. A exposição tem o patrocínio da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da Caixa. Durante o evento, o Museu permanecerá com a bilheteria franqueada entre 10h e 12 horas. Considerada a precursora do realismo mágico no Brasil, ela é e autora de uma produção repleta de simbolismos e elementos gráficos. “Para mim, o lúdico se configura como marca fundamental da personalidade de Niobe. Assim, fiz uma brincadeira-mais-do-que-séria com as peças de um verdadeiro jogo-de-armar, para provocar o observador e permitir que ele mesmo faça um exercício e vislumbre mais junções inéditas e a remontagem imaginativa de uma nova mostra”, disse Antonio Carlos Abdalla, que organiza a quarta grande exposição da artista. Apesar de afirmar que tem procurado explicar menos a curadoria em si o curador diz que procurou agrupar certas semelhanças e contrastes, construindo seqüências. “Além do percurso com variadas interpretações, a obra de Xandó se presta, também, a uma exposição multimídia, como esta, integrada com perfeição, no Módulo do Letrismo-Mecanicismo”, que, para compor o clima, tem a ambientação sonora da pesquisadora e meio-soprano Anna Maria Kieffer e Vanderlei Lucentini. Letrismo-Mecanicismo - Das 13 fases existentes na obra de Niobe, cinco estarão expostas: Flores Fantásticas, Máscaras, Letrismo, Mecanicismo e Abstracionismo Geométrico. Entre as obras referenciais de cada segmento estão Flor Fantástica XII (1964), Máscara CII (1967), Signos Verdes (1967), Black Power I (1970) e Geométrico LXVIII (1980). As obras são provenientes de coleções particulares, da Pinacoteca do Estado e do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São característicos na produção de Niobe o uso de símbolos ancestrais, elementos gráficos e recursos visuais bem humorados e de sentido religioso, assim como os recorrentes desenhos de máscaras. O crítico de arte Orlando Margarido, por ocasião da mostra na Pinacoteca, ao início da nota sobre a exposição, afirmou que “na arte brasileira, poucas obras em seu conjunto exigem tamanha capacidade de decifração por parte do espectador como as da paulista Niobe Xandó”, cuja “magnífica e enigmática produção” assemelha-se à do colega argentino Xul Solar (1887-1963), surrealista pioneiro em seu país. Os primeiros exercícios no gênero fantástico, distantes da realidade, surgiram na década de 50 com a série de flores. Na seqüência, aparecem as misteriosas máscaras e a adoção de princípios do Letrismo e do Mecanicismo, ambos de origem francesa. São trabalhos produzidos entre 1960 e 1970, nos quais a artista experimenta características dos dois movimentos franceses, com o uso dos códigos alfabéticos e dos recursos geométricos. Niobe Xandó dá sentido alegórico a palavras e nomes. Recorre a termos como Lourdes, poema e horas para a interferência visual, quase que confundindo o entendimento do espectador. O Letrismo surgiu na França, em 1950, por meio do artista e teórico Maurice LeMaitre, um ex-dadaísta. Ele conheceu Niobe em Paris, em 1968, e a convidou para uma exposição de letristas no Museu de Arte Moderna de Paris, mas a artista não aderiu diretamente ao movimento. No Mecanicismo, ela cria, segundo Abdalla, “obras ainda mais originais e extravagantes”, com a utilização de arruelas, rolimãs, réguas, compassos e outros objetos inusitados. Nesse movimento, os artistas expressavam admiração pelas novas tecnologias e a tudo que remetesse à mecânica do mundo moderno. Niobe Xandó iniciou a carreira na década de 1940 e produziu ao longo de 60 anos. Hoje tem 93 anos e por questões de saúde não trabalha mais. Ela foi uma artista autodidata que freqüentou o eclético ambiente cultural de São Paulo e Paris. Teve forte ligação com intelectuais de esquerda nos anos 1940 e 1950 e assistiu às manifestações estudantis de 1968, na capital francesa, o que criou grande impacto sobre sua produção. Serviço: Niobe Xandó mostra antológica A arte de subverter a ordem das coisas II Patrocínio: COPEL Visitação: de 18 outubro a 01 de março Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes, 999 Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

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