Museu Oscar Niemeyer divulga laboratório para restaurar obras

Laboratório de Restauro já recuperou o quadro “Chegada de Góes e Vasconcellos”, de Arthur Nísio
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01/09/2009 - 17:20
Editoria
A secretária especial para Coordenação do Museu Oscar Niemeyer, Maristela Quarenghi de Mello e Silva, divulgou oficialmente, nesta terça-feira (01), durante a Escola de Governo, a criação do Laboratório de Restauro da instituição. “Aumentamos consideravelmente nosso acervo, através de doações, compras e aquisições, de artistas nacionais, estrangeiros e locais. O laboratório é muito importante dentro de um museu, pois o acervo precisa ser cuidado. Este é o legado que deixaremos às futuras gerações”, afirmou a secretária. Para marcar a data, foi exibido um vídeo sobre o processo de restauração pelo qual passou a obra “Chegada de Góes e Vasconcellos”, de Arthur Nísio (Curitiba, PR 1906 – 1974). Esse foi o primeiro trabalho realizado no novo setor. Atualmente, já com os equipamentos instalados, está sendo realizada a conservação de alguns trabalhos que integram o acervo, composto por aproximadamente 2,2 mil obras. TÉCNICA – A obra do paranaense Arthur Nísio retrata a emancipação política do Paraná, em 1853, com a chegada do primeiro presidente da província, Zacarias de Góes e Vasconcelos. Com riqueza de detalhes, Nísio registrou o encontro das autoridades e do povo. Estima-se que a pintura foi produzida entre o fim da década de 40 e início da de 50. Por integrar o patrimônio do Estado, a obra permaneceu exposta no Palácio Iguaçu desde a inauguração daquele prédio, na década de 1950. Pelo longo tempo de exibição, seu estado de conservação foi comprometido. A pintura estava escurecida e apresentava desprendimento da camada pictórica, oxidação do verniz e manchas d’água no verso, entre outros problemas. Para ser reapresentada na mostra de acervo do Museu Oscar Niemeyer, foi restaurada em tempo recorde, entre novembro e dezembro de 2008. A grande dimensão da tela (4,30 m x 6,76 m) exigiu que a pintura fosse dividida em 28 quadrantes. Como a obra não pôde ser riscada, um barbante foi utilizado como guia para que cada pequeno quadrado recebesse os tratamentos necessários. Para detectar os problemas e descobrir o processo utilizado pelo artista, a pintura passou pelas análises com luz natural, ultravioleta e rasante. E também pela análise com lupa. Na primeira etapa, foram removidas as sujidades acumuladas e as partes com a pintura em descolamento. Na fase seguinte, foi realizado o nivelamento, ou preenchimento das lacunas, e a reintegração da camada pictórica. A técnica utilizada na obra de Nísio foi o pontilhismo, que consiste no preenchimento com pontinhos, um ao lado do outro. A técnica produz uma ilusão de ótica que, sem se sobrepor, integra-se às pinceladas originais do artista. A limpeza do verso exigiu ação manual. Foi utilizado pó de borracha plástica em movimentos circulares para que a sujeira impregnada se soltasse. Para não produzir vinco na face da pintura, as bordas foram reforçadas com um tecido de linho desfiado e fixado com o auxílio de filme termoadesivo. Devido ao tamanho, a obra foi levada enrolada para o local em que seria exibida. Somente na sala expositiva, recebeu novo chassi – quadro de madeira que sustenta a tela esticada – e ganhou nova moldura. O restauro foi concluído e a obra histórica de Arthur Nísio pode, novamente, ser apreciada pelo público. Serviço: Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes, 999 Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

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