Museu Oscar Niemeyer abre mostra inédita do argentino Carlos Alonso

A diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Maristela de Mello e Silva, abriu na noite desta quinta-feira (01) a mostra“Carlos Alonso - Hay que comer”, proveniente da Fundacion Alon para las Artes, da Argentina
Publicação
02/10/2009 - 10:01
Editoria
A diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Maristela de Mello e Silva, abriu na noite desta quinta-feira (01) a mostra inédita no Brasil “Carlos Alonso - Hay que comer”, proveniente da Fundacion Alon para las Artes, da Argentina. O engenheiro Jacobo Fiterman, curador da exposição, e o cônsul argentino Hector Gustavo Vivacqua também participaram da solenidade. A mostra conta com o patrocínio da Sanepar, Compagas e Agência de Fomento, e o apoio do Ministério da Cultura, Caixa Econômica Federal e Governo do Paraná. Maristela revelou que há cinco anos vem trabalhando para trazer a mostra de Carlos Alonso para Curitiba. “Eu estava em Valência, num encontro internacional de latinos-americanos, quando tive a oportunidade de conhecer Jacobo Fiterman. E, quando comentei com ele que havia gostado de uma exposição de Carlos Alonso, prontamente se propôs a trabalhar para trazê-la ao Brasil. Carlos Alonso tem 80 anos, mora em Cordoba, e é sem dúvida um pintor modernista muito dramático. Nesta mostra apresenta uma pintura dura, realista e ao mesmo tempo impressionante e bela”, afirmou. Segundo Maristela, o Museu Oscar Niemeyer também tem a função de fazer a integração do Brasil com os países da América do Sul. “A vinda da mostra de Carlos Alonso reforça esta posição. Estamos mostrando artistas latinos-americanos com muita força e expressão, como é o caso do próprio Carlos Alonso”, disse a diretora-presidente do museu durante a solenidade. Internacionalmente reconhecido, o artista plástico imprime em suas obras tom intenso e dramático, nas quais o vermelho da carne humana e bovina é recorrente. São 45 obras em exibição, onde a metáfora da carne está sempre presente como linguagem para a crítica política, social e também como textura pictórica e reflexão do período ditatorial argentino. A mostra “Carlos Alonso – Hay que comer” conta com pinturas, desenhos, gravuras, serigrafia e colagens, em que são apresentados trabalhos produzidos entre 1965 e 1984, durante o período ditatorial na Argentina, vivenciado pelo artista plástico. O público poderá visitar a mostra a partir desta sexta-feira (02) até o dia 11 de abril de 2010. O artista – Nascido em Tunuyan em 1929, Carlos Alonso é um dos mais notáveis artistas da Argentina. Irrompeu com força no cenário artístico dos anos 60 pelo poder de sua obra e compromisso político. Ele estudou com Gomez Cornet e Spilimbergo. Em 1954, viajou para a Europa, e se apresentou em Paris e Madrid. Cimentou sua reputação como um artista eminente e colorista talentoso em Buenos Aires, onde as exposições foram muito comemoradas. Em 1976, um mês depois do golpe do presidente Rafael Videla, apresentou uma mostra na Galeria de Arte Internacional, que recebeu ameaça de bomba. Alonso foi então para o exílio em Roma. Em 1977 ele recebeu a notícia do sequestro e desaparecimento de sua filha, Paloma. Regressou ao país e, em 1982, estabeleceu-se em Unquillo, Cordoba, onde vive e trabalha.

GALERIA DE IMAGENS