Museu Oscar Niemeyer abre mostra da pintora mexicana Cordelia Urueta

Obra da mexicana é marcada pelo uso de cores intensas, na busca do “espiritual”
Publicação
22/06/2010 - 15:50
Editoria

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Cordelia Urueta (1908-1995) é reconhecida como “A Grande Dama da Arte Abstrata do México”. O Museu Oscar Niemeyer abre nesta quinta-feira (24) a exposição “Cordelia Urueta, La Emoción del Espíritu y el Color”, com 27 obras significativas em mais de 60 anos de produção da pintora. A obra da mexicana é marcada pelo uso de cores intensas, na busca do “espiritual”. A expressão “A Grande Dama” teve origem entre artistas e intelectuais contemporâneos de Cordelia, como Frida Kahlo, Diego Riviera, Rufino Tamayo, Carlos Mérida e Gustavo Montoya, com quem se casou em 1935.
A mostra é uma iniciativa da Secretaria de Relações Exteriores do México e do Consulado Geral do México em São Paulo, com o apoio do Governo do Paraná e da Secretaria de Estado da Cultura e Caixa. “Cordelia é uma espiritualista, que possui qualidades indispensáveis para produzir obras de arte com paixão. Estamos diante de um temperamento de colorista, que procura envolver dentro do movimento de massas a potência da cor”, diz o pintor Gerardo Murillo, conhecido como Dr.Atl.
Murillo acreditou no talento da artista desde a infância dela, quando ele já freqüentava a casa dos pais de Cordelia, os escritores Jesús Urueta Siqueiros e Tarsila Sierra. Cordelia morou em Paris com o marido e conheceu de perto o trabalho de outros artistas que influenciaram sua obra, como Henri Matisse e Pablo Picasso.
Nos anos 1940, período em que esteve nos Estados Unidos e na Europa, a pintura de Cordelia apresenta diferentes correntes estilísticas. Os personagens mexicanos retratados combinam traços ora europeus, ora indígenas. Nesta época, a artista realizou diversos trabalhos com Montoya, que foi um pintor, desenhista e escultor nacionalista, seguidor de Diego Rivera.
Na década seguinte, os retratos figurativos da pintora perderam espaço, os detalhes dos elementos pictóricos foram sintetizados e surgiram traços mais abstracionistas. Os temas de caráter metafísico também assumiram uma dimensão mais forte e Cordelia encontrou na pintura a forma mais adequada para explorar os mistérios da morte e do espírito.
A expressão de a grande dama do abstrato surgiu nos anos 1960, quando a comunidade artística reconheceu a importância do trabalho de Cordelia. Período que marca a independência e a maturidade da obra de Cordelia, na representação dos estados da alma. Temas de denúncia social, tecnológica e bélica são retratados com mais vigor nos anos 1970. Os “seres humanos pintados são mais pesados, imóveis, e se convertem em personagens petrificados”, como crítica aos prejuízos do avanço tecnológico. Esse aspecto de denúncia também é percebido nos anos 1980, época em que o tema do petróleo era discutido no México. Nesta fase, os personagens aparecem em suas obras mortos e desmembrados.


Cordelia Urueta – La Emoción del Espíritu y del Color
Parceria: Secretaria de Relações Exteriores do México e Consulado Geral do México em São Paulo
Apoio: Governo do Paraná, Secretaria de Estado da Cultura e Caixa.
Visitação: de 24 de junho a 03 de outubro 2010
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes 999
Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h
R$ 4 inteira e R$ 2 estudantes, com carteirinha
Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

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