Movimento contra pedágio ganha força nos Estados do Sul do Brasil

Apesar de haver quem ainda defenda as concessionárias de pedágio, o movimento vem ganhando força além das fronteiras do Paraná
Publicação
21/11/2007 - 17:26
Editoria
A luta da Frente Ampla pelos Avanços Sociais pela redução imediata das tarifas de pedágio no Paraná vem ganhando destaque entre as forças políticas e sociais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Fórum Nacional de Usuários de Rodovias Pedagiadas – entidade que reúne o Fórum Popular Contra o Pedágio do Paraná, Associação dos Usuários das Rodovias do Rio Grande do Sul e a Frente Gaúcha de Vereadores Contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágios – adiantou que as reuniões e os atos realizados no Paraná dão força política e exemplo para toda sociedade civil organizada. “Tenho recebido ligações e e-mails de parlamentares dos dois estados interessados nas ações da Frente Ampla. Apesar de termos quem ainda defenda as concessionárias de pedágio no Paraná, o movimento vem ganhando força além de nossas fronteiras, mostrando que a população quer uma solução justa para esta questão, que está na pauta de toda a região sul do Brasil”, disse o líder do Governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). CPI DO PEDÁGIO - No Rio Grande do Sul, os deputados instalaram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou as irregularidades no modelo do pedágio implantado no Estado. A CPI chegou ao fim, obrigando as concessionárias a seguir alguns termos do contrato que não estavam sendo cumpridos e que vinham lesando os motoristas. O fim da comissão não desmotivou os deputados gaúchos que brigam por melhorias no modelo de concessões rodoviárias do Estado. A frente parlamentar contra a Prorrogação dos Pedágios tem se reunido todas as semanas, a exemplo da Frente Ampla no Paraná. Na reunião desta semana, os deputados gaúchos conseguiram uma vitória contra as concessionárias de pedágio, com uma decisão judicial que impediu o fechamento de rotas alternativas. A assembléia gaúcha também aprovou um projeto de lei que implanta um sistema de controle on-line do movimento de veículos nas praças de pedágio por meio da instalação de um sensor. O mesmo projeto, do deputado Péricles Melo (PT), já foi aprovado no Paraná. Os dois projetos permitem o acompanhamento em tempo real o fluxo de veículos que circulam nas estradas concedidas, discrimine o número e o tipo de veículos que trafegam nas rodovias e confronte a receita arrecadada pelas concessionárias com os valores cobrados nas praças. FRENTE CATARINA – Em Santa Catarina, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), mobiliza a população contra a futura cobrança de pedágio na BR-101, leiloada recentemente pelo governo federal e que serviu de estopim popular contra os preços abusivos praticados nas rodovias que já foram pedagiadas na região sul. Mesmo com o preço anunciado, a sociedade catarinense não quer ouvir falar em privatização de estradas públicas. A possibilidade de postos de pedágios serem instalados na rodovia catarinense e gaúcha, após a conclusão da duplicação, que levou mais de 10 anos, com recursos públicos. “Os catarinenses sabem o que estão entregando: uma obra que consumiu milhões de reais do dinheiro público e que custou a vida de muitas pessoas até ser concluída, agora será entregue para a iniciativa privada explorar. Isso desperta a indignação de qualquer um”, lembra Romanelli. Nesta quinta-feira (22), sindicalistas catarinenses se encontram em Tubarão, no trevo de acesso Termas de Gravatal, para pedir apoio dos motoristas e alertar a população sobre a futura cobrança de pedágio neste trecho. “Ainda existe espaço político para evitar que isso seja ampliado no Sul de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul. Se todos forem unidos, pudemos evitar que esta prática seja realizada aqui também”, alerta Edgar Generoso, coordenador da CUT Regional de Santa Catarina. PLEBISCITO – No Paraná, lideranças políticas, dos movimentos sociais e do setor produtivo propuseram a realização de plebiscito popular para redução imediata das tarifas de pedágios praticadas pelas seis concessionárias nas rodovias federais que cruzam o Paraná. A intenção é coletar mais de 10 mil assinaturas e protocolar o pedido de plebiscito ainda no início de dezembro na Assembléia Legislativa. As assinaturas serão coletadas até o dia 5 de dezembro quando a Frente Ampla pelos Avanços Sociais realizará cinco minutos de protestos nas 27 praças das rodovias pedagiadas.

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